Paulo Nubile faz tanta falta…

Paulo Nubile faz tanta falta…

25052001

Na ocasião de sua morte uma homenagem dos poetas do Êxtase:

 

“Quanta saudade… Uma pessoa maravilhosa! Falta da sua presença no café filosófico (foi ele quem iniciou esse evento);Falta dos seus artigos nos jornais; Falta das coisas que falava de uma forma tão especial e tão serena.

Enfim, faz falta porque um dia existiu e  não existe mais, mas é! .

E ser,  está para além dos nossos desejos egoístas.

No dia 3/02/1999 Paulo Nubile nos deixou sem recados em códigos. Deixou recados claros numa poesia regada a letras e números,  intermediadas por símbolos. Criador e criatura guiados por uma mente que cria sem direção. Criar faz parte desse Universo embebido em obras desconcertantes que consertam num concerto harmonioso, as nossas parafernálias internas”.


Por ocasião de sua morte em 1999, as notícias de pesar:

INPE perde o pesquisador e poeta Paulo Nubile

Faleceu no dia 3 deste mês, vitimado por um tumor cerebral, o colega Paulo Nubile, poeta, escritor e pesquisador do INPE.

Nascido em 1956 na cidade de Santo André, Paulo Nubile trabalhava no INPE e vivia em São José dos Campos desde 1981. Além da carreira científica como físico, Paulo nos ofertou belas obras literárias, na sua maioria em forma de poesia e uma recente experiência romancista. Foram elas:

1978 – Cinzas Pretas no Cinzeiro (contos)

1980 – Pi Raiz de Três (poesia)

1985 – Andaime (poesia)

1988 – Bicho do Cimento (poesia)

1994 – Pequenos Delitos (poesia)

1995 – Café Catástrofe (romance)

Paulo deixa saudade nos colegas, amigos e familiares mas também a certeza de missão cumprida durante sua existência entre nós.

Homenageando Paulo,

transcrevemos ao lado a dedicatória do seu livro “Pi Raiz de Três” (1980).

“Para situar bem o dia em que escrevo, digo que
escrevo antes do dissídio. E que hoje não é dia 10 nem 25.
Que encontrei um bicho parente de morcego no meu
escritório, que não é escritório, mas quartinho
de empregada com uma escrivaninha, comprada a vista
no Mappin, dentro. Para me situar bem, digo que
já vivi 8.518 dias, que é um número bem grande.
Que depois de mulher e de literatura, brincar com números
é o que mais me fascina. Como o “pi” que nada mais é
que a razão entre o comprimento duma circunferência
e seu diâmetro.
Para situar bem a minha obra, digo que há melhores
e há piores; como pi raiz de três é maior que 5, mas também
é menor que 6.
Beijos ao Sr. Antônio, à Dnª Dina e à Carla que,
em que pese o filho e irmão, me amam.
NABALA
NABELA
NEBULA
NOBULE
PAULO NUBILE ”

Fonte:  (http://www.sindct.org.br/files/rap9903.pdf)

 

Artistas fazem sarau para Paulo Nubile

São José dos Campos

O grupo Celebração ao Renascimento da Poesia, de São José dos Campos, estará realizando hoje, a partir das 10h, na praça Afonso Pena, um sarau poético com teatro, dança e música. O sarau também é uma homenagem ao poeta e escritor Paulo Nubile, que morreu na última quarta-feira.

Deverão fazer parte do sarau cerca de 20 pessoas ligadas ao movimento cultural da cidade, além de quatro grupos musicais e um grupo de teatro. Os poetas que estiverem declamando as poesias farão a homenagem ao escritor.

Com sua morte, especialistas consideram que São José perdeu um de seus mais destacados poetas e escritores. Nubile morreu vítima de um tumor no cérebro. Ele estava internado no hospital Santa Cecília, em São Paulo, e não resistiu a doença.

Nubile foi enterrado na última quinta-feira, no cemitério Horto São Dimas. de São José.

Nubile era colaborador do caderno ValeViver!, do ValeParaibano, desde 1994. Sua coluna, com o título de Leitura, era publicada todos os domingos, na página dois do caderno.

Natural de Santo André, Nubile chegou a São José dos Campos na década de 80 para trabalhar como físico e pesquisador na área de energia solar no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), onde atuou até sentir os sintomas da doença.

O escritor participou do movimento cultural da cidade e publicou quatro livros de prosa, poesia e romance, entre os quais “Bicho do Cimento” (88), “Pequenos Delitos” (94) e “Café Catástrofe”.

Fonte: (Vale do Paraíba, domingo, 7 de fevereiro de 1999 – O Valeparaibano 1999)

 

Poesia de Nubile revive

Poetas e músicos prestam homenagem ao escritor em forma de sarau, show e exposição no Sesc de São José

 Músicos e poetas de São José dos Campos participam hoje de um tributo ao escritor, poeta e físico Paulo Nubile (1956-1999), que será realizado no Sesc São José dos Campos, a partir das 19h30, com entrada franca.

Paulo Nubile, que assinou a coluna “Leitura” na página 2 do caderno Vale Viver do ValeParaibano de 1994 até o início deste ano, morreu em fevereiro, vítima de um tumor no cérebro. O evento está sendo realizado em decorrência de seu aniversário, em 9 de novembro.

Segundo o professor e poeta José Moraes, que está coordenando o evento, o objetivo é homenagear o escritor e “despertar na população a curiosidade sobre a obra dele”, para mais tarde tentar organizar uma coletânea com escritos inéditos de Nubile.

Participam do tributo os músicos Marcus Flexa, Celso Pan e Jacqueline Baumgratz, Beto Quadros, grupo Rio Acima, Jorge Alegre, Peleco e a cantora Margareth Machado.

Cada músico mostrará de dois a três números. Nos intervalos das apresentações, os poetas convidados vão recitar poemas de Paulo Nubile, enquanto outros vão ser projetados em um telão. Participam José Moraes, Dyrce Araújo, Dailor Varela, Jocenice Ribeiro, Josie, Juracy Ribeiro, Reginaldo Gomes e Beth Brait.

Uma mostra de 30 painéis com poemas e uma exposição dos livros do poeta completam o evento.

AMIGOS – Segundo a viúva do escritor, Marisa Nubile, os participantes do tributo são amigos ou pessoas que, direta ou indiretamente, tiveram algum tipo de contato com Nubile e com sua obra.

É o caso, por exemplo, dos músicos Celso Pan e Jacqueline Baumgratz, integrantes do grupo Bola de Meia, para quem Nubile escreveu a apresentação de uma revista que o grupo produziu em 97.

Além disso, Celso Pan musicou um poema dele, intitulado “Brincando com as Palavras”, que deve ser apresentado hoje. “A gente conversava muito. Ele gostava de discutir assuntos culturais e gostava de música”, disse Pan.

A homenagem de poetas ao escritor não se resume à apresentação de poemas dele. Alguns vão reverenciar Nubile com trabalhos próprios e inéditos. É o caso da educadora, especialista em cultura e ex-diretora cultural da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Beth Brait – amiga de Nubile -, que escreveu um poema especialmente para ele, que ficou pronto esta semana.

“Paulo tinha essa coisa peculiar de fazer a junção do estudo de física com a poética”, disse ela.

Tributo a Paulo Nubile – Hoje, às 19h30, no Sesc. Av. Adhemar de Barros, 999, Vila Adyana. Tel. (012) 340-2000.

Entrada franca

Fonte: (Vale do Paraíba, sexta-feira, 12 de novembro de 1999  O ValeParaibano 1999)

 

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