A melancolia e a preguiça!
Por Raul Tartarotti
O tataravô da sofrência foi Ludwig Van Beethoven, que bebia demais como consequência de seus devaneios emocionais, o que colaborou com a sua morte prematura.
A perda da audição não foi uma predisposição genética como alguns pensam, esse ainda é um mistério que nos surpreende e assombra.
Foi do pai Johann que Beethoven recebeu suas primeiras lições de música; o objetivo era afirmá-lo como “menino-prodígio ao piano”, dada sua habilidade musical desde cedo.
Por essa razão a partir dos cinco anos seu pai passou a obrigá-lo a estudar música diariamente durante muitas horas.
No entanto, seu pai terminou consumido pelo álcool que levou a infância de Ludwig ser muito infeliz.
A perturbação emocional daquele pai pode ter sido apenas uma característica individual, que não preencheria critérios para um diagnóstico psiquiátrico.
É um típico sintoma que pode estar presente em muitas pessoas, por ser um comportamento repetitivo, peculiar e capaz de gerar prejuízo, e danos físicos e psicológicos a si mesmo ou aos que estão ao seu redor.
Essa salada de emoções e comportamentos exagerados, fez surgir o conceito de psicopatas do cotidiano, que são os indivíduos como o pai de Beethoven, que não chegam a perder o juízo da realidade, mas a maneira como interagem com o mundo, os torna de difícil convivência.
O simpático conceito que vovó oferecia aos mais difíceis de lidar, como sendo indivíduos com “um parafuso a menos”, abreviava a interpretação necessária do entendimento complexo dessas pessoas.
O fato é que o susto da possível presença de uma doença emocional, nos distancia em crer que ela exista, por isso a falta da colocação desse parafuso, passa por aceitar a realização de um tratamento especializado, que pode colaborar na saúde mental coletiva.
O temperamento e o caráter costuram nossa personalidade nas entranhas do dia a dia, permitindo que sejamos alguém onipresente, pleno e com algum potencial humano para oferecer.
Abrir mão da convivência atraente entre nós, não é uma opção saudável como aquela troca de olhares, gestos e palavras com o colorido emocional mantido pela individualidade que possuímos para oferecer.
Não espere consertar o outro com seus conselhos ou uma lista de regras básicas de convivência, que Hipócrates classificou separando o temperamento humano em quatro tendências específicas.
Se formos mais sonhadores, determinados e sociáveis, tenho a certeza que a melancolia e a preguiça podem se desfazer, e evitar maiores danos cotidianos á espreita dos olhos.
Raul, nós humanos, estamos sujeitos às circunstâncias até o momento que decidimos transformar todas as circunstancias em benefícios.
Beethoven, um gênio que ultrapassou todos os limites dos seus próprios obstáculos…e inegável que a sua Nona Sinfonia é a mais bela de todos os tempos.
Abraço!