A Morte

A morte…

Donzela torpe e endoidecida

vem tranquila

ou

em ondas/tumultuada/explosiva/sorrateira/esperta/calculada.

 

Amiga

de velhas vidas colecionadas.

Oferece suas mãos esquálidas

quando junto a Caronte, atravessam o estige.

Um laço esquecido?

 

Presente

no meio da vida

qual um calo no pé, uma pedra no meio do caminho

um insulto a inteligência (h)Umana.

 

Caçadora espreitando a caça

antes, com olhos de longo alcance

pudesse vê-la,  do lado esquerdo

como já dizia o velho índio.

 

Inesperada

sabendo de antemão que é uma meia certeza

já que não se tem uma certeza e meia

do elixir da longa vida

aquele  tesouro escondido

no silêncio dos secretos laboratórios.

 

E os seres vão seguindo, imortais ou imorais?

Até aquele dia fatídico

do encontro real

onde 2+2 torna-se 5

na matemática imprecisa e certeira.

 

Mas qual o que

(h) Umanos não compreendem o óbvio.

Enfeitam o feito para distorcer o fato

de que a morte vem/simplesmente vem/naturalmente vem

Inútil render culto ao morto

melhor seria,

render culto à Morte.

 

Elizabeth de Souza

Sobre Elizabeth Souza 419 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*