Aprendi a ser o máximo de mim mesmo!

Cronos segurando um de seus filhos pelo pé - Pintura de Romanelli
Aprendi a ser o máximo de mim mesmo!
Por Raul Tartarotti
Essas foram palavras deixadas por Nelson Rodrigues, um mago da literatura, escritor, jornalista, romancista, teatrólogo, contista e cronista de costumes, e de futebol brasileiro. É considerado o mais influente dramaturgo do Brasil. 

Além dessas palavras, acrescento outras que moldaram histórias por muitos.

A luta.

“Lutar foi sempre mais ou menos uma forma de cegueira, isto é diferente, farás o que melhor te parecer, mas não te esqueças daquilo que somos aqui, cegos, simplesmente cegos, sem retóricas nem comiserações, o mundo caridoso e pitoresco dos ceguinhos acabou, agora é o reino duro, cruel e implacável dos cegos. Se pudesses ver o que eu sou obrigado a ver, quererias estar cego. Acredito, mas não preciso, cego já estou, perdoa-me, meu querido, se tu soubesses, levei a minha vida a olhar para dentro dos olhos das pessoas, é o único lugar do corpo onde talvez ainda exista uma alma”(José Saramago).
O vazio que se foi não pode trazer saudade, deve se passar por lenda que um dia teve seu tempo frio e doído.
O que nos restou ao final, antes de um abraço apertado na despedida, foi um beijo na testa e uma mensagem inesquecível.

As fotos.

Elas provam que nossas vidas aconteceram como queríamos, e que tudo está bem, e que foram o que tinham pra ser. Daqui pra frente, após o mar recuar, esperemos o próximo movimento, que nos dirá que jamais estivemos tão perto de casa, e de nós. Sempre sabemos em algum momento especial, que a dúvida é a profunda resposta que esperávamos.
A certeza não agrada, pois é resoluta e concreta, muito além de nossas vidas reais e unidas por um propósito. Respiramos juntos até nosso próximo passo. E quando a água retroceder, avistaremos um caminho para reconstruir nossas almas, que penam pela existência doída, mas persistem no entorno da esperança latente por melhores momentos.

O Tempo.

Não volta pra que você possa negar algo novamente, pois sempre que quiser ter e ser, a hora subverte sua decisão e te cobra que faças teu melhor.
Às vezes a paixão por alguém ou algo escapa de nossas mãos, e o fatal destino escrito em pedras amorosas quase sempre apaixonadas pela vida, retira momentos contraídos de um passado nobre, costurado em águas frias, aquecidas pelo sol, e movidas por nossa vaga lembrança, ressuscitada a cada amanhecer.
O tempo volta só no pensamento de quem deseja saudar o que já foi presente. Ele nos deixou assim escolhidos pelo que miramos a cada vão dia.

A lembrança.

É a que nos acompanha enquanto ainda possuímos lucidez, e nossos olhos passam a saber que um dia foram as câmeras daquelas fotos que o tempo lutou pra nos manter vivos, em cada esquina de dúvidas que ainda carregamos. Como é que faço pra parar, reeditar minha vida. Copiar, colar uma nova lista que eu mais gostei, com jovens ressalvas.

Sobre Raul Tartarotti 97 Artigos
Natural de Gramado, Raul teve formação básica em Eng. Biomédica. É cronista em diversas publicações no Brasil e exterior, impressa e eletrônica. Estudou literatura Russa, filosofia clássica e contemporânea. Suas crônicas são de cunho filosófico e social, com objetivo de trazer reflexão ao leitor sobre temas importantes de nosso cotidiano.

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