Branco como a neve?

E dizer o que desse misterioso desejo de tocar a neve, experimentar um pedaço de chão branco,  escorregar, apreciar a brancura das montanhas. Que poder é esse da brancura fascinante que invade nosso ser tão quente? E a neve espalhada sob um sol brilhante nos cega por tanta beleza…E as crianças parecem viver um conto de fadas real, onde a brancura da neve invade as sombras, despertando um novo ser.
E foi com esse espírito que subimos as montanhas, as mesmas montanhas que os incas também subiram. As montanhas do Condor que nos leva para as memórias perdidas no inconsciente coletivo.

Saímos de Santiago às 11h da manhã, depois de esperar por mais alguns passageiros para encher a Van. Na estação Escuela Militar do metrô, vai pela Av Apoquindo e tem o centro comercial Omnium, onde ficam as vans que saem para as Montanhas. A intenção era ir até Farellones que fica a 40 curvas nas montanhas. Valle Nevado fica a 60 curvas.
A escolha de Farellones, porque tem um Parque de diversões nas neves, onde se pode brincar à vontade. Você compra um ingresso e tem direito a passeio numa cadeira panorâmica, um teleférico, o Farellones Express, onde se pode ter uma bela vista da Cordilheira dos Andes. Ainda tem o trenó, o tapete mágico, canopy, bike e tirolesa. Um lugar mágico cercado por montanhas cobertas de neves, para o deleite de adultos e crianças.

Subimos a montanha na van, com um casal do Paraná e seus dois filhos, que assim como nós, não levantaram cedo e por isso, foram para o Shopping Omnium em busca de uma van, uma daquelas que ficam até às 11h.
O bate papo na van me ajudou a não olhar para os abismos e as curvas fechadas e perigosas da subida. Olha, esses motoristas que sobem as montanhas são muito especiais.

Logo na saída de Santiago, já é possível ver as montanhas, mas só passando algumas curvas, ai sim, pode-se ver a brancura daquelas montanhas tão lindas. É mágico esse momento de olhar e não acreditar que você está vendo uma montanha tão branquinha. Essa é uma vista inesquecível.

No Parque Farellones, as vans e micro ônibus ficam todos estacionados do lado de fora, aguardando os passageiros que voltam às 17h. Dentro do parque tem os lugares para comer, os food truck com lanches variados e até pizza. Mas ninguém tem fome num lugar desses, tanta beleza que sacia o corpo e a alma. E estava um sol de rachar, é preciso óculos escuros, a brancura cega. Totalmente incoerente, mas estava um calor danado.

Os companheiros de viagem divertiram-se muito, brincaram bastante, rolaram pela neve. Eu só apreciei a beleza que saia das montanhas e invadia todos os cantos físicos e metafísicos daquele paraíso de brancura. Nunca tinha visto uma paisagem tão espetacular.

O mistério que envolve a Cordilheira dos Andes sempre foi fascinante, principalmente porque ali existiu e viveu a Grande Civilização Inca. Talvez, aquelas montanhas escondam outras histórias de povos que ainda não descobrimos. E nessa história fantástica, podemos voar e voar pela Cordilheira mais linda. Voar como o Condor!

O Condor é a ave símbolo dos Andes.

Elizabeth de Souza

 

 

 

 

Julho/2019

Farellones
Sobre Elizabeth Souza 419 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

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