Confesso que vivo!

Imagem retirada no google

“Talvez não vivi em mim mesmo, talvez vivi a vida dos outros.
Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre – como nos arvoredos de outono e como no tempo das vinhas – as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado.
Minha vida é uma vida feita de todas as vidas: as vidas do poeta”.”
Pablo Neruda

Confesso que vivo!

Sempre busquei o auto conhecimento, uma ávida busca por consciência de si mesmo, de ser e estar no mundo. Nessa caminhada, passei por experiências e vivi. Apesar da inepta consciência humana que me habita, cheguei a muitas conclusões pessoais, que sei, não servem para outras pessoas, apenas pra mim.
Mas devo confessar, como Pablo Neruda, que vivi todo esse tempo em busca de entender esse mundão tão vasto e os seres que o habitam. Diante desse cenário, tão contraditório e dual, acredito na solidariedade entre os humanos – na empatia que cada ser possar ter com todos os outros seres vivos; acredito na misericórdia e sensibilidade no nosso dia a dia nesse lugar.
E por sermos tão frágeis e tão humanos, busco a reflexão para entender tudo isso e chegar a algo mais profundo. Portanto, acredito que a Arte, a Ciência, A Filosofia e o Esoterismo, são pilares para encontrar as explicações para os dilemas no nosso planeta.
A Arte, que dá a percepção da beleza em todas as suas formas e a semiótica que se instala em cada ato, em cada forma, em cada movimento, em cada visão, audição, tato, olfato, gustação e outros sentidos além desses cinco, trazendo sensibilidade.
A Ciência, que explica os fenômenos que nos rodeiam, oficial e não oficialmente. Acredito na ciência dos homens e também na ciência oculta, que vai se revelando para o bem ou para o mal da humanidade. A comprovação das experiências é necessária para se entender o mundo tridimensional e também outras dimensões.
A Filosofia que levanta todos os questionamentos para a busca da compreensão e o conhecimento de si mesmo e do mundo, baseados em algo real e ao mesmo tempo simbólico. Traz a reflexão sobre o mundo e os seres.
O Esoterismo, que em todas as suas nuances leva a busca além do mundo tridimensional de Euclides, que reside no microcosmo, que é o próprio homem e o macrocosmo. Um mundo espiritual além de religiões, mas o verdadeiro religar-se com o Universo em todas as suas dimensões. Como dizia Hermes Trismegisto, tudo que está em cima, está embaixo, tudo que está dentro, está fora. Uma máxima hermética.
Enfim, toda essa explanação, somente para dizer que pessoalmente, não compactuo com fanatismos religiosos, políticos ou de qualquer outra natureza, porque contraria minha maneira de pensar. No entanto, vivo no mundo e assisto estarrecida o caos que se desenha entre nós de forma violenta, cruel e rápida. Sei que esse caos não é só local, é mundial. Mas agora vou falar da minha aldeia especificamente e como dizia Fernando Pessoa:

“O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia”.”

E é por isso que vou falar da minha nação Brasil, essa que já foi Terra de Santa Cruz, Pindorama e agora Brasil. Nas minhas veias corre o sangue de Pindorama; nas minhas veias corre o sangue que foi derramado pelo chão dessa aldeia que torturava os negros; nas minhas veias corre o sangue dos que já sofreram e sofrem dor e lamentam por ter nascido; na minha veia corre o sangue latino. E vendo tanta dor e sofrimento, por tanto tempo, me solidarizo com todo o povo brasileiro e principalmente com os menos favorecidos, aqueles que estão sempre a pagar por todas as mazelas nesse país. Um lugar tão bonito, uma paisagem tão fascinante e um povo tão sofrido.
E nesse momento, estamos vivendo o pior, porque as piores espécies galgaram o poder político e econômico deste país, trazendo a dor, a crueldade, a ignorância, o obscurantismo e toda sorte de pragas, como as do Egito antigo. E o mais triste, com o poder na mão, um bando de gente ignorante, que é contra a Ciência, apregoando teorias da conspiração e tratados escritos no WattsApp. São contra a Filosofia, pois não conseguem refletir sobre nada, não possuem essa capacidade de pensar e analisar fatos, ou qualquer outra coisa. São seguidores de falsos filósofos e mentiras propagadas. São contra a Arte, pois não possuem nenhuma empatia por nada e não valorizam a beleza e a cultura e nem procuram compreender a importância disso para o crescimento humano. Não compreendem o religare do homem consigo mesmo e sua ligação com a Natureza e o Universo, pois estão ocupados em manipular mentes e corações, para arrebanhar ovelhas por puro comércio. É uma completa adoração a Mamon.
Enfim, um bando de gente que despreza os cientistas, os filósofos, os artistas, os intelectuais e as pessoas espiritualizadas. São todos uns ressentidos que nunca saíram do básico do Fundamental.
Estamos à beira do abismo…Pulamos ou sobrevoamos?

Elizabeth de Souza

Sobre Elizabeth Souza 420 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

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