O vermelho sangue das pinturas de Diego El Khouri

 

O vermelho sangue das pinturas de Diego El Khouri

Da leitura do poema de Edu Planchêz para Diego El Khouri

Por Joka Faria

As palavras têm asas. Despenca Ícaro do céu das palavras.
Através do mergulho no caos, as cores de Diego El Khouri: o vermelho… vermelho…
Nero incendiou… palavras… Por onde andas, deuses?
Já estamos à borda do abismo. Vermelho, vermelho, vermelho…
As asas de Diego mergulham no abismo, vermelho, vermelho, vermelho.
O sangue rasgado nas veias da América Latina. Afinal, quem somos além desta ilusão?
Quem somos? Quando perdemos nossas asas?
Vermelho… do sangue que jorra…
Nossos corações refletem nossa real existência.
Quando se rasgará o véu que não nos deixa ver as bordas da galáxia?
Vermelho: o sangue nas telas de Diego El Khouri.
O sangue nas palavras vermelhas de Edu Planchêz rasga as ilusões.

João Carlos Faria

Oito de outubro de 2024, São José dos Campos, SP, Brasil.

NAS MÃOS MONSTRUOSAS DE EL KHOURI

Por: Edu Planchêz Maçã Silattian

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Diego El Khouri é o homem poesia, o cara palavra, os pincéis, a tela, o fanzine, a caricatura e as tintas. Poeta desvairado devasso, capaz de tudo, de todas genialidades, de todos os erros, desvarios e deliriuns. Diego El Khouri parado no canto da página, no meio da imagem raiada na luz virtual virtuosa. Ele é meu amigo, irmão aliado, ele é o planeta e vive nos beirais, nos liames do estar e do não estar: sua glória é destroçar o verbo derreter, multiplicar filhos gritantes por entre os dentes, pelas gengivas vaginas dos lares. Ele escreve com sangue, pinta com sangue, tem o sinal do anjo de asas negras douradas nas riscas dos olhos, o animal devorador de trovões urbanos, trovões que ora cantam, que ora urram, que ora fodem com o foder. Jean-Nicolas Arthur Rimbaud, veio de Charleville, Diego El Khouri dos meandros da mística Goiânia de todos pássaros-anfíbios comedores de lendas e arruaças. Quebrar tudo para continuar quebrando, construir tudo para… Suas palavras batem agora em minha porta, nas paredes dessa caótica e mágica casa em que deliro com meu filho Ícaro Odin Planchêz. A cidade, as cidades, não serão as mesmas quando o paladar da poesia pintura elaborada vertiginosa desse grilo falante, formar um redemoinho em torno de todos os cérebros esqueletos : não ficará ossos sobre ossos, madeiras sobre madeiras, metralhadoras sobre metralhadoras; apenas corpos sobre corpos, o foder sobre o foder. Diego El Khouri Roberto Piva Leão Tolstoi Lord Byron Allen Gisberg Caio Fernado Abreu Florbela Espanca Glauber Rocha Felini… As letras, as tetas do mundo encontram casa nas mãos monstruosas de El Khouri. Oswald de Andrade disse que ser gênio é uma bobagem, ser gênio é ser e não ser Diego El Khouri “menino deus do sexo azul dourado”, ouço ele dizer: “de repente sou dragão da lua, sanguessuga sedenta de calor”, os bilhões de pontos luminosos da abóbada celeste, “a lanterna dos afogados”, o barco e o motor.

Fonte: Editora Merda na Mão

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