Rogue One – Uma História STAR WARS (Star Wars – Rogue One) #TBT

 

Rogue One – Uma História STAR WARS (Star Wars – Rogue One) #TBT

 

 

ROGUE ONE – UMA HISTÓRIA STAR WARS  (Star Wars – Rogue One)
De Gareth Edwards, 134 min

Rogue One – Uma História Star Wars
Ficção Científica/Aventura
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Chris Weitz e Tony Gilroy
Elenco: Felicity Jones, Diego Luna, Donnie Yen, Wen Jiang, Riz Ahmed, Ben Mendelsohn, Jimmy Smits, Genevieve O’Reilly, Ben Daniels, Valene Kane, Warwick Davis, Mads Mikkelsen, Forest Whitaker, Alan Tudyk, James Earl Jones e Carrie Fischer.

 

Medo. Raiva. Ira. Não meus caros leitores, não me refiro a alguns dos sentimentos que levam ao Lado Negro da Força, e sim ao que muitos fãs sentiram quando souberam que a Disney havia comprado a Lucas Film. E agora, o que seria do Universo Star Wars? Bem, o fato da gigante do Mickey ter comprado a Marvel Comics e ter melhorado seus filmes era, digamos… uma nova esperança.
E veio o “Episódio VII – O Despertar da Força”, que se mostrou um ótimo filme, um digno herdeiro da saga que é quase uma religião para incontáveis fãs, tanto neste mundo quanto em galáxias muito, muito distantes.
Alívio geral. Mas então foi anunciado “Rogue One”, desta vez não um novo Episódio, mas uma aventura paralela, um spin-off que ocorreria entre os eventos narrados entre os Episódios III e IV, ou seja, entre o que se passou na trilogia nova e na trilogia clássica.
E o medo voltou… seria um filme realmente necessário? Ou seria apenas um caça-níqueis que a esperta Disney inventou para usurpar nosso suado dinheiro? E o pior… com certeza seria apenas o primeiro de inúmeros spin-offs a aportar nos cinemas nos anos vindouros.
Mas em defesa da Disney, temos que lembrar que “Rogue One” não foi o primeiro spin-off gerado pela saga Star Wars… já tivemos os famigerados “Caravana da Coragem – Uma Aventura Ewok” de 1984, e sua sequência, “A Batalha de Endor, de 1985.

E finalmente chegamos a  “Rogue One” – Uma História Star Wars” e o resultado foi… estupendo! Estamos diante de uma legítima aventura Star Wars, numa roupagem totalmente diferente, mas que sem dúvida, é digno de figurar no fantástico universo criado por George Lucas!
Lembram-se dos icônicos créditos iniciais em scroll, de “Episódio IV – Uma Nova Esperança”? Bem, vamos refrescar a memória:

“É um periodo de guerra civil. Partindo de uma base secreta, naves rebeldes atacam e conquistam sua primeira vitória contra o perverso Império Galáctico.
Durante a batalha, espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos da arma decisiva do Império, a ESTRELA DA MORTE, uma estação espacial blindada com poder suficiente para destruir um planeta inteiro.
Perseguida pelos sinistros agentes do Império, a princesa Leia, apressa-se para voltar para casa a bordo de sua nave estelar, protegendo os planos roubados que podem salvar seu povo e restaurar a liberdade na galáxia…”

E esta história jamais contada, de como os planos foram roubados, é que somos convidados a descobrir nesta nova aventura.
Logo de cara reconhecemos vários elementos de Star Wars, como a dualidade entre o bem e mal, robôs “mais humanos” que as pessoas propriamente ditas, uma grande gama de seres das mais diversas raças alienígenas… mas também temos algo diferente: estamos diante de um filme que quase pode ser rotulado como que de guerra ao invés de aventura, e desta vez não temos os Jedi com seus belos sabres de luz a ajudar na missão suicida… ela deve ser realizada por pessoas comuns, que pintam um certo tom cinza no universo sempre dividido unicamente em preto e branco na saga.

Gareth Edwards se mostra à altura da tarefa que lhe foi confiada, e jamais perde a mão na Direção do filme, que faz um habilidoso amálgama entre os efeitos de CGI e maquiagem, entregando um mundo crível e convincente. Ele apresenta um filme mais pesado do que estamos acostumados quando se fala de Star Wars, e isso é exatamente o grande trunfo da película.
O roteiro da dupla Chris Weitz e Tony Gilroy não se limita a apenas “requentar” temas já batidos, mas mergulha de cabeça neles e nos apresenta novos e interessantes contextos. E o mais importante: finalmente ficamos sabendo o motivo do Império construir uma arma de proporções tão titânicas como a Estrela da Morte e permitir que ela tenha um ponto fraco tão gritante, a ponto de poder ser destruída por um único disparo do X-Wing de um tal Luke Skywalker…

A personagem principal é Jyn Erso, vivida por Felicity Jones. Ela tem a árdua tarefa de “competir” com a excelente Rey, de Daisy Ridley, que foi visceral em “Despertar da Força”. Se não temos uma nova personagem tão marcante, ao menos Jyn diz a que veio, mesmo que com uma motivação pessoal e não política, ela e seu pai, Galen Erso (vivido por Mads Mikkelsen) se tornarão vitais para o que iríamos ver depois em “Uma Nova Esperança”.
Mas são os coadjuvantes que dão mesmo liga à trama, como o bom Cassian Andor (vivido por Diego Luna), que nos mostra que em uma guerra nem sempre fazemos atos heroicos, mesmo estando do lado certo. Os interessantes Chirrut Îmwe (vivido por Donnie Yen) e Baze Malbus (vivido por Wen Jiang), antigos guardiões de um templo Jedi, grandes guerreiros mas também alívios cômicos em dados momentos. E é Chirrut que nos mostra um lado religioso em torno da Força que não tínhamos visto antes. E temos Bodhi Rook (vivido por Riz Ahmed), um piloto desertor do Império de vital importância à trama e claro, Saw Gerrera, o marcante personagem de Forest Whitaker, considerado radical demais até pelos próprios rebeldes, e que por isso vive recluso. É deveras interessante sermos apresentados a um rebelde extremista, coisa inédita em qualquer um dos “Episódios”.

Como vilão temos Ben Mendelsohn vivendo Krennic, um ambicioso militar de alta patente ávido em ter seu trabalho reconhecido pelo Imperador. Se não chega a ser um vilão marcante, ele cumpre muito bem o seu papel, num filme em que o vilão que todos querem ver é mesmo o maior de todos da Sétima Arte, Darth Vader, que surge em poucas cenas, mas que como não poderia deixar de ser, já vale o ingresso.
E claro que se estamos falando de Star Wars, não poderia faltar um robô de personalidade marcante e carismática, e o papel aqui é do droide imperial reprogramado K-2SO (vivido por Alan Tudyk), debochado como C3PO e heróico como R2D2 e BB-8.
E também temos Peter Cushing… que mesmo após a morte volta a “interpretar” Grand Moff Tarkin numa recriação totalmente digital.
E contamos também com uma participação de meros segundos de Carrie Fischer como a Princesa Leia, que por motivos funestos, tornou-se inesquecível.

Todo iniciado no universo Sar Wars se emociona também ao rever os Imperial Walkers AT-AT de volta à ativa… e mesmo seus irmãos menores, AT-ST trazem nostalgia. E o que dizer então de rever a Estrela da Morte, desta vez testando seus devastadores raios alimentados com cristais kyber, os mesmos usados para se construir um light saber.
A qualidade técnica é soberba, com Efeitos Especiais fantásticos, como não poderia deixar de ser em se falando do trabalho da ILM.  A Trilha Sonora, de Michael Giacchino, é muito inspirada, e usa com muita competência alguns trechos das imortais músicas do maestro John Williams. A Fotografia, de Greig Fraser, é extremamente apurada, e Figurino (de David Crossman e Glyn Dillon) e Montagem
(John Gilroy , Colin Goudie , Jabez Olssen), são dignos de elogios.

Depois de “Rogue One” não conseguiremos mais ver “Uma Nova Esperança” sem recordarmos todo o sofrimento e o sacrifício exigidos para que a princesa Leia pudesse enviar aquele inesquecível pedido de socorro para o recluso Obi-Wan Kenobi, através de R2-D2.
“Rogue One” ecoa nos filmes da trilogia clássica da melhor maneira possível, conquista com merecimento seu lugar na mais famosa saga do cinema e é altamente recomendado.
The Force is strong with this film!

P.S. Esta crítica é dedicada a Carrie Fischer, que partiu para brilhar em uma galáxia muito, muito distante.

DALTO FIDENCIO
nils satis nisi optimum

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Janeiro/2017

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