– Carnaval? Pulo.
– Carros alegóricos, cada vez mais metafóricos.
– Tão corporativo que saiu na avenida de mestre-sala comercial.
– Se Carnaval fosse bom, folião não usava mortalha.
– Entrar num banheiro químico no sambódromo é um desafio à Física.
– Mais vazio do que prateleira de camisinha em terça gorda.
– Não existir mais carnaval: minha maior fantasia.
– Carnaval: milhares de tantãs ouvindo tantãs.
– São Paulo é superlativo em muita coisa. Mas, em Carnaval, sempre foi bloquinho.
– Bloquinho da monja Coen se chamará “Dá-lhe lama que eu lhe dou o dalai.”
– Aposto que, esse ano, farão o primeiro baile de máscaras sem ninguém usando máscaras.
– O glitter é um pozinho que, para o meio ambiente, tem o mesmo efeito que a cocaína para os foliões.
– O Carnaval é um Natal em que o peru não é servido com farofa, mas com camisinha.
– Folia, pra ele, era sexo. Só saía no bloco Lego porque era de montar.
– Caixa, repique, chocalho, tamborim, cuíca, agogô, reco-reco, pandeiro e prato continuam com o mesmo nome. Mas surdo, a partir de agora, se chama deficiente auditivo percussivo.
– Carnaval é como um bufê: você pega de tudo um pouco, mas no final acaba se arrependendo de ter exagerado.
– Adoro carnaval, especialmente a parte em que você acaba dormindo abraçado à privada do banheiro químico.
– O carnaval é a época do ano em que, mesmo fantasiado de mendigo, você paga o preço de um unicórnio por uma cerveja.
– O seu direito de urinar no meu pé termina onde começa o meu direito de vomitar em seu ombro. #bloquinhos
– Vou beijar-te agora. Não me leve a mal. Hoje derrubaram outro óvni, quero experimentar de tudo antes que o mundo acabe.
– Carnaval, a prova de que a criatividade para se vestir é diretamente proporcional ao teor alcoólico em que os foliões se encontram.
– A folia de rua é a única manifestação presencial que nos restou. Mas logo um app substitui.
– Quando o mundo inteiro resolve ser carnavalesco é melhor evitar ser operístico.
(Publicado no Estadão)
Faça um comentário