Quase nada
O fácil já não me convence mais. Já não tenho mais paciência para frequentar eventos de SESC e Fundações da vida. Para me dizer uma pessoa de cultura. Isto já não me acrescenta estes eventos estão cada vez mais vazios de sentidos. Também fazer oficinas culturais de qualquer modalidade também não me atrai. Esta faltando nos dias de hoje as pessoas realmente se enturmarem para uns com outros aprenderem o valor do fazer arte, cultura. Dos ofícios de escrever, pintar, cantar ou qualquer arte. Nos envolvemos nesta sociedade midiática onde queremos tirar belas fotos para jornais. Sair na TV ou na internet. Confesso que já fiz parte deste processo e estas mentiras já não me enganam mais. Preciso aprender e para isto ficando isolado dentro de mim não trocando informações de outros processos de criação não me ajudam. Precisamos parar refletir para poder criar uma arte que represente nossos dias. Chega de formas de bolos prontas de receitas já testadas.
Só se espelhar nas formas do passado. Eu vivo o hoje estes dias e aprendo com meus contemporâneos. Já lemos quase todos os livros, conhecemos todos os estilos e vamos repeti-los? Ninguém nos lerá então vão a fonte beber a água recém saída.
Já é hora de sermos a fonte. De falar do hoje, de chegar ao fundo do poço. Descer aos infernos, experimentar o céu. E trazer uma novidade destas experiencias. Ai tudo desabrochará editoras aparecerão. Produtores. Estamos preocupados com a falta de estrutura mas a temos. Tá tudo dentro de nós. Como está fora. Falta encontros onde possamos tomar um café comer uma broa. E falar de nossas dificuldades na escrita nas artes.
De nossas descobertas um olhando nos olhos dos outros. E não como fazíamos liamos nossos poemas por vaidade e ninguém estava ligado no que outro escrevia ou cantava.
O mundo carece de gente que o entenda, que o desvende. Que o decupe quadro a quadro. E venha trazer as interpretação deste novo em que vivemos. Chega de eventismos que não nos acrescenta nada. Entramos vazios e saímos sem nada. Tudo precisa ser reconstruído. O KAOS esta instalado cabe a nós artistas, escritores, poetas reconstruir. Desbravar este novo processo. E ainda não o fizemos não vejo estas almas nas obras atuais. Só queremos ver as coisas através de números da quantidade de livros que vendemos ou não vendemos.
De quem está na onda esta na moda de textos curtos é uma bobagem. Podemos ser longos ou curtos mas tenhamos alma na arte. O novo mundo esta ai para ser desbravado. Este consumismo nos leva a destruição. Queremos comer, beber. Gastamos nosso tempo que é pouco com futilidades. Tá na hora de nos encontrarmos numa casa qualquer e por a conversa em dia. Sentar numa praça num outono ou verão e ver o mundo. Contemplar dialogar sem ataques pessoais. Deixar nossas vaidades pois não aprendemos nada ainda podemos ter 15, 25 , 35 ,45 ou 95. Mas diante do infinito somos crianças. Para mim chega de eventismo. Prefiro ficar em casa a sair atrás de futilidades. A ver peças de teatro vazias, escritores vazios. E me sentir vazio quero que a revolução brote no coração de cada um de nós. Chega de fantasmas do passado. Antes talvez tenha sido tão vazio quanto hoje vamos nos encher de amor real pelo próximo. Longe destes conceitos de uma cultura fast food feita só para entretenimento sem nenhuma alma.
Que só serve para nos roubar o que temos de maior valor o tempo. Quero brincar de braços dado com sua alma com seu ser. Quero olhar para dentro de seus olhos e dizer que tú faz a diferença.
Não quanto você tem de crédito, não me importa sem tem um crachá, uma boa casa. Tudo isto é passageiro. A casa envelhece, o carro quebra, a luxúria vai embora a vida passa e na soma de tudo só fica o que fizemos de bom e na vida de hoje seria quase nada.
Estamos cada vez mais vazios. Talvez as obras dos grandes mestres nos ajude a nos achar. Mas temos que aprender a ler. Ando a ler João Guimarães Rosa , Grande Sertão Veredas mas me falta quem eu possa trocar as informações saber onde e quando ele fez este livro. Há poucas pessoas numa semana inteira que conversamos a fundo. Onde podemos conversar sobre a ideia de nossos escritos de nossa obra conversando com alguém sobre um texto anterior cheguei aos escritos de Henry David Thoreau um escritor que influenciou LÉON TOLSTOI que através de uma carta dialogou com o jovem advogado que vivia na África do Sul hoje conhecido como MAHATMA GANDHI.
Portanto tudo faz parte de uma grande teia e precisamos acessá-la mas só criando uma real comunidade, trazendo valores da alma e não os valores desta sociedade mercantilista e vazia na qual vivemos, assim seremos novamente humanos.
Assim seremos escritores, artistas verdadeiros revolucionários – por enquanto só vejo o vazio.
Por Joka Faria
18/05/2010
João Carlos Faria
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