Nos supermercados da hipermodernidade

Por Joka Faria

Por estes tempos, afinal o que é eternidade? Nossas pegadas por esta vida serão apagadas? Nem nossa memória continuará na quinta geração, nem saberão que existimos. Alguém ouviu falar de um parente do século dezoito?  Só fazendo a árvore genealógica da família! Imaginem quem se lembrará de nós no século vinte e dois? Ninguém!  Meus caros, então esta nossa vida é um único momento. Devemos viver com leveza.

 Simplesmente não há problemas, mas qualquer problema é passageiro. Então para que vaidades?  Não entendo o porquê de nossas vaidades. Tanto tempo gastamos com nossos sonhos e projetos futuros e simplesmente não há futuro, só tem o hoje.  Nos preocupamos com tantas coisas,  que nunca iremos interferir, a vida política é uma delas. Se haverá ou não uma terceira guerra. Tudo esta acontecendo neste exato momento.  Lemos tantas notícias e nos emocionamos. Gastamos tanta energia com algo que nunca poderemos interferir.

 A vida é cada momento que vivemos. E podemos nos ajudar e ajudar a quem está próximo.  Há uma grande orquestração por parte de quem esta no poder e fazem e desfazem diante de nossa grande ingenuidade.  Somos reles vítimas do consumo. Das mudanças de comportamento sociais. Das várias filosofias nas prateleiras dos supermercados da hipermodernidade.  Damos nossa opinião nos jornais diários, se somos contra o governo do momento a opinião é publicada, se não, raramente entra.  Nada é verdadeiro. Leiam jornais de vinte trinta anos atrás e tudo parece sempre igual.

 O país e o mundo são sempre os mesmos? Hoje temos a internet e achávamos que com ela poderíamos, nós homens comuns, mudarmos a realidade do mundo em que vivemos. Mas será que mudamos a geopolítica de nosso pequeno planeta?

 Como diria o velho Raul Seixas, “parem o mundo, eu quero descer”. Ei, homens do disco voador, nos deem uma carona para uma galáxia qualquer, de qualquer universo.  Confesso que não sei nada, mesmo depois de ter lido tanto, conversado tanto. Só me resta a meditação.  E a vida segue com o nascer do sol e a chegada da lua. Nossos calendários e nossas horas são invenções da sociedade, da civilização humana. Tudo passa e nós, sempre passageiros. Lembro-me de um livro de ficção “A máquina do tempo” de H.G. Wells, em que o viajante chega a um futuro onde já não existe humanidade.

 E aí, somos efêmeros perante o eterno?  Então meus caros, só nos resta, na medida do possível, a felicidade de hoje. Meditar é viver.

Esse texto foi publicado na Revista Entrementes 0

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