Já dizia Heráclito, 600 a.C, que “no Universo tudo flui”. E que “nada é permanente a não ser a mudança”. É um instigante tema para reflexão nesta conjuntura que estamos vivendo. Dificilmente o mundo será o mesmo. Mudanças acontecerão. Como e onde, não sabemos. Agora é difícil prever.
O novo coronavírus colocou o mundo de cabeça para baixo e seu impacto deverá ser geral. É o que se pode minimamente imaginar. Pela frente só há incertezas. Ninguém se arrisca a prognósticos, até porque não há dados concretos, nem bases sólidas para isso. Há uma sensação de total insegurança no ar.
Mas, isso será tão ruim assim? De alguma maneira a humanidade sairá dessa situação. Como estará o mundo depois? Como será a vida das pessoas? O ser humano conseguirá reinventar-se ?
Como há uma tendência natural ao apego à zona de conforto e à preservação do status quo, certamente haverá resistência às mudanças. Isso poderá ser o maior problema e não a mudança em si. Resistência à evolução e às transformações que lhe são inerentes pode produzir conflitos e sofrimento. É o que Alan Watts chama de “a lei do esforço reverso” em seu livro “A Sabedoria da Insegurança”:
“Às vezes chamo de “lei às avessas”. Quando se procura flutuar na água, afunda-se e quando se tenta mergulhar, flutua-se; e quando se faz força para prender a respiração, acaba-se por perdê-la – o que imediatamente nos traz à mente um antigo e bastante negligenciado dito: “Todo aquele que lutar por salvar sua alma, terminará por perdê-la”.
É como estar no olho do furacão e tentar inutilmente fugir dele. Melhor ficar e não se desesperar. Algo vai acontecer.
Por Gilberto Silos.
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