O Cinema Sem Morricone

Domingo passado, invadido por um sentimento de nostalgia, revi o clássico italiano Cinema Paradiso. É um filme de rara beleza, dirigido por Giuseppe Tornatore. Não há como não se emocionar com a amizade entre Totó e Alfredo e sua ligação com único cinema daquela cidadezinha italiana. Alguém escreveu que Cinema Paradiso“ é a maior declaração de amor que a Sétima Arte já recebeu”. Cada cena, cada diálogo, falam à nossa sensibilidade. A trilha sonora é de Enio Morricone. A música acompanha com perfeição o desenrolar do drama e nas cenas finais consegue até superá-lo em poder de sensibilização.

Na segunda-feira chegou a notícia.  Faleceu Enio Morricone. Perde a música um de seus grandes nomes contemporâneos. Maestro, compositor e arranjador, Morricone deixou o mundo físico e foi exercer a sua arte em algum outro Plano Cósmico. Deixou mais de 500 obras. Cerca de 400 para o cinema e televisão e outras 100 clássicas.

Soube, como poucos, valorizar a junção das duas artes. Em alguns casos, suas trilhas sonoras são mais grandiosas que os próprios filmes.  A Missão, por exemplo é um filme mais conhecido pela música.

Músico versátil, compôs em diversos estilos para diferentes gêneros de cinema.  Assim, encontramos suas trilhas em faroestes (Era Uma vez no Oeste), policiais (Os Intocáveis), suspense (O Exorcista), ação (Na Linha de Fogo), dramas (Era uma vez na América).

Foi duas vezes premiado com o Oscar e recebeu muitas outras premiações importantes. Mas, nada supera o legado de emoções que nos deixou.

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 225 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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