Existem aqueles dias na vida, que você sai sem rumo, outros você desenha um rumo final. Mas o trajeto e os acontecimentos que se desenrolam não estão no controle. E isso é perder-se em viagens reais e lúcidas e também em delírios momentâneos que nos levam a refletir sobre a vida, o ser e o não ser e o nirvana.
Eu pergunto: – Por andas tu, ó doce filosofia e poesia? E uma voz longínqua responde dentro de mim: – Estou em toda parte, dentro/fora, abaixo/acima…Mas neste momento sagrado, estou no Bairro do Souza.
E num instinto inexplicável é para lá que vamos, ávidos pelo mistério de não saber o futuro e só apreciar o presente, o aqui e agora. E partimos para a Mantiqueira.
E pelo caminho encontramos as histórias, a poesia e as imagens que podem mudar toda a nossa trajetória no mundo. E caminhamos tranquilos à espera de qualquer coisa que o Universo possa nos oferecer, sem pretensões.
E foi assim que chegamos no Bairro do Souza e conversamos com a Cida, que nos contou sobre sua mãe, a dona Fiinha, que eu amava muito. Todas às vezes que ia para o Souza com o Marcelo Inácio, primeiro ia até a casa dela tomar um café e prosear. E hoje, depois de tanto tempo sem ir ao Souza, fui direto para a casa dela, mas não havia ninguém. Depois a Cida nos contou de sua partida deste mundo, em detalhes. O coração apertou, mas na minha história e memória, dona Fiinha está sempre viva e sorrindo, oferecendo o café mais gostoso do Souza.
E subindo pela estrada, encontramos o poeta Ricola descendo para o Bairro, saindo de casa que estava cheia de abelhas, ele estava tirando mel. Andando e conversando pelo caminho, encontramos Odair Prado e o mundo ficou Odara, porque tem beleza na poesia, tem beleza nos malabaris, tem beleza no circo de Odair. Sentamos num banco, conversamos, trocamos números, falamos de arte, de circo, de nomes bonitos. Saímos em direção ao bar, onde fui comprar o própolis que o Ricola retira em seu trabalho.
E na praça, no banco do lado do ponto de ônibus, um desconhecido estava ali sentado e agora o conheço: Robson da Roça.
E a Filosofia sentou-se entre nós, a poesia se espalhou pelo espaço e a Serra que chora, agora estava rindo descaradamente. Tem momentos que ficam éter-na-mente registrados em nossa memória de sensações profunda-mente.
E quando o assombro toma conta da gente, não queremos sair do lugar e do tempo em que estamos, porque sabemos que aquele instante não volta mais. Por isso, saímos a contragosto para pegar a estrada de volta à São José dos Campos.
Uma experiência transcendental…Um dia inesquecível!!!
Essa figura do vídeo acima é Odair Prado, também conhecido como ODARA, Arte-educador e trabalha com aulas de circo, com malabaris. Mas sempre desenvolveu projetos junto a Fundação Cultural de São José dos Campos. Ele e o Joka trocaram muitas figurinhas, porque já se conhecem há muito tempo.
Essa figura do vídeo acima é Robson da Roça, trabalha com bio construções fazendo casas ecológicas de pau a pique, com pedras, faz jardinagem e também trabalha com artesanato em couro e escreve. Uma figura ímpar que estuda cultura oriental e filosofa naturalmente.
Elizabeth de Souza
***E amanhã, o Joka vai postar o texto sobre o passeio até o Bairro do Souza…aguarde!
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