Décio Pignatari nasceu no dia 20 de agosto de 1927, na cidade de Jundiaí – SP. E faleceu na cidade de São Paulo no dia 2 de dezembro de 2012.
Poeta, ensaísta, ficcionista, tradutor e publicitário, Décio dedicou-se a poesia e publicava juntamente com os irmãos Haroldo de Campos e Augusto de Campos, na Revista de Novíssimos e também na Revista Brasileira de Poesia.
Em 1950 estreia com seu livro de Poesias “Carrossel” e em 1952 funda o grupo e edita a revista Noigandres, o mesmo nome do grupo. Uma geração de poetas que revolucionou a Literatura no Brasil e ele, com os irmãos Campos são considerados os porta vozes da geração de 45.
A poesia concreta (ou poema concreto) começa com o movimento de vanguarda concretista no século XX. Esse movimento artístico e cultural surgiu na Europa, e no Brasil, com a Exposição Nacional de Arte Concreta no MAN em 1956. Fundado por Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criando um grupo chamado de “Noigandres” e depois criando uma revista literária com o nome do grupo.
O Manifesto da Poesia Concreta foi publicado em 1956 pelos poetas paulistas, apresentando características da nova estrutura poética vanguardista. As principais características são: Experimentalismo poético; Poesia visual; Efeitos gráficos, sonoros e semânticos. A poesia concreta une texto, som e imagem.
No ano de 1965, Décio Pignatari, junto com os irmãos Campos, lança o livro Teoria da Poesia Concreta. Outra dedicação de Pignatari foi a pesquisa no campo da Semiótica, onde ajuda a fundar a AIS (Association Internacionale de Sémiotique) na França em 1969.
O movimento dos concretistas continha toda essa gama da Semiótica, onde se explorava a escrita como desenho e do ícone inscrito nas palavras. Pignatari foi um desses poetas que fez dos seus poemas, um conteúdo visual.
A poesia concreta tem como característica principal o uso das disponibilidades gráficas que as palavras apresentam, sem a preocupação como o espaço linear; por isso é chamado de poema objeto. Não há preocupação com verso, o espaço em branco do papel pode ser usado para distribuir as palavras, de acordo com o autor, os aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos utilizados, à vontade. Pode-se usar termos estrangeiros e neologismos, pode-se decompor as palavras dando a possibilidade de múltiplas leituras.
O visual é a forma da poesia concreta se expressar e comunicar aos seus leitores, muito além do som e das letras, tornando-se verdadeiros desenhos para transmitir o conteúdo.
Além do Manifesto, foi publicado na revista “Noigandres” em 1958 o “Plano Piloto da Poesia Concreta”. Esse plano apresentava a nova proposta, ao mesmo tempo que questionava a estrutura tradicional da poesia:
“Poesia concreta: produto de uma evolução crítica de formas. dando por encerrado o ciclo histórico do verso (unidade rítmico-formal), a poesia concreta começa por tomar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutural. espaço qualificado: estrutura espácio-temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico-temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico-linear. daí a importância da ideia de ideograma, desde o seu sentido geral de sintaxe espacial ou visual, até o seu sentido específico”.
As principais características da poesia concreta:
Uso da linguagem verbal e não-verbal
Experimentalismo poético
Poesia visual
Efeitos gráficos, sonoros e semânticos
Aspectos geométricos
Supressão do verso e estrofe
Desaparecimento do eu-lírico
Eliminação da poesia intimista
Racionalismo
A poesia concreta se desdobrou em variados formatos, como por exemplo:
A Poesia-Práxis – movimento liderado por Mário Chamie – a partir de 1961. Palavra gerando outras palavras;
Poesia Social – Ferreria Gullar e Thiago de Mello, foram representantes dessa vertente, onde os temas são relacionados à realidade social, de forma simples;
Tropicalismo – Por volta de 67 e 68 – tem como representante Oswald de Andrade com seu Manifesto Antropofágico, onde se aproveita toda e qualquer cultura.
Poesia Marginal – Década de 70 – onde as publicações eram realizadas de forma independente.
Elizabeth de Souza
Veja abaixo mais alguns poemas de Décio Pignatari:
https://globoplay.globo.com/v/2273152/
http://www.elfikurten.com.br/2016/02/decio-pignatari.html
2019
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