Fevereiro de 2021 está se acabando, as águas de março chegando para fechar o verão e continua-se a morrer todos os dias. E nascer, vale a pena?
É de chorar lágrimas de sangue ver o Brasil à beira de um colapso sanitário. E as pessoas continuam andando tranquilas, pelas ruas das cidades, com 100% dos leitos de UTI ocupados. Realmente a morte é algo natural, ela vem quando precisa vir, mas o que está acontecendo é genocídio mesmo. É um país desgovernado pelos que querem a morte do maior número de pessoas. Até quando aguentar passivos? Até quando cair por terra submissos?
É de cortar o coração saber que 1582 pessoas perderam a vida em 24 horas (nessa semana que passou) nesse país abandonado pelos deuses e pelos governantes.
Só a arte para acalentar o coração dolorido, no entanto ela não está dando conta de tanta dor espalhada, não é suficiente para conter todas as mazelas sofridas.
O mundo em desalento, chega a um fim que não era esperado, como esse mês de fevereiro, o segundo de um ano que esperava-se reverter o quadro, mas como sempre falo – não há esperanças para nós, reles mortais. E os que ainda estão sobrevivendo, mesmo com dores e angústias, esperam mais um dia, mais um mês, mais um ano, por uma certeza que nunca se tem.
Tudo está em compasso de espera – Os amores distantes, que não oferecem sorrisos e a beleza dos abraços quentes. As amizades que se cultivam em lives sem graça, porque graça verdadeira é o cheiro das coisas, o toque com sensações variadas – a presença preenchendo os vazios. O trabalho e os estudos que tornaram-se verdadeiras armadilhas. O dinheiro que sumiu das prateleiras e dos cofrinhos. Estamos largados e pelados!
Enfim, vamos viver um pouco por dia…E março é o terceiro mês de mais um ano de pandemia violenta. Vamos sobreviver?

Elizabeth de Souza no último dia de fevereiro…