Tempo da mudança de atitude!

 

Tempo da mudança de atitude!

Raul Tartarotti

Possuo muitas bibliotecas perdidas em sonhos, que descrevem experiências que vivi.
Não lembro de alguns detalhes saborosos de minha infância, mas recordo que meus pais me deram muito amor e carinho, que eu gostaria de rever em meus olhos, tocar novamente aquela risada longa e espontânea, recheada de sorriso e abraço.

Quando fui a escola pela primeira vez, senti muita vontade de ficar mais tempo com os amigos, porque aquela era a melhor parte da aula, encontrá-los, brincar e viver amizades que nasceram para toda vida.

Meus aniversários com bolo colorido e gente ao redor, sempre foram uma diversão a parte, haviam presentes, e a garotada estava lá.

Você também deve ter muitas bibliotecas na mente, que guardam livrinhos com histórias únicas.
Momentos que se foram mas que continuam a mostrar o quão passageiro é nosso tempo respirando.

Que minuto você reservou para saber quanto tempo vai aguardar para realizar o seu sonho, ou de alguém que você ama?

Diversas vezes paramos para entender que talvez nossa hora de fechar a cortina esteja bem mais próxima do que pensamos.
Um fio de esperança quer que façamos nosso melhor e deixemos para outro dia o pesar de nossas falhas.

Aquela reflexão mórbida e tênue, que corre em nossos olhos, cor de cinza com arco-íris, confunde o teste com a realidade, suspira longo para pensar mais tempo.

O fato mais concreto é que deixamos de rever o que nos fez bem, e a quem possibilitou novas oportunidades em nosso caminhar zeloso.

Não somos independentes em quase nada, até para respirar precisamos pegar o que tem no ar e jogar aos alvéolos, sedentos de pressa em se encher a cada instante vital.

É uma busca de sentido como a Eudaimonia, termo grego que literalmente significa “o estado de ser habitado por um bom daemon, um bom gênio”, traduzido como felicidade ou bem-estar, é o viver de acordo com a natureza, como foi a máxima do estoicismo.

Sendo dessa forma, a melhor maneira de valorizar o ser humano, porque hoje o que está na moda é sempre o que é novo, e o velho sábio que pode colaborar com a sapiência da próxima geração é esquecido na prateleira.

No passado, os velhos é que tinham poder político e cultural. Se o que nos falta é consideração a essa geração, está passando o tempo da mudança de atitude e desmedida ação em reparar esse erro.

Não se sinta um perdedor pelo que deixou de viver, não vale a pena deixar de se sentir bem, ao olhar em seu espelho.

Sobre Raul Tartarotti 94 Artigos
Natural de Gramado, Raul teve formação básica em Eng. Biomédica. É cronista em diversas publicações no Brasil e exterior, impressa e eletrônica. Estudou literatura Russa, filosofia clássica e contemporânea. Suas crônicas são de cunho filosófico e social, com objetivo de trazer reflexão ao leitor sobre temas importantes de nosso cotidiano.

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