Mostra de São Paulo exibe ‘Arte da Diplomacia’
Longa do diretor gaúcho Zeca Brito investiga episódio esquecido da diplomacia brasileira que envolveu artistas modernistas contra o nazifascismo em 1944.
“Arte da Diplomacia”, nono longa-metragem de Zeca Brito, está na seleção da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O filme será exibido nos dias 28, sábado, às 21h20min no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 4 e 31 de outubro, terça-feira, às 18h30min, no Cineclube Cortina. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil enviou de navio mais de 160 pinturas doadas por 70 artistas modernistas para serem exibidas e leiloadas no Reino Unido. O documentário investiga este gesto de diplomacia cultural que uniu territórios e definiu o papel do país na luta contra o nazifascismo.
Na Londres de 1944, em meio aos bombardeios da guerra, a Arte Moderna brasileira era apresentada ao mundo pela primeira vez. “Tem uma certa provocação ali de mandar para os inimigos da Alemanha justamente o tipo de arte que o próprio Hitler mais detesta”, avalia a pesquisadora Clara Marques, em uma das falas do filme. “Arte da Diplomacia” retrata os meandros deste ato de resistência, que ficou esquecido por décadas, enquanto procura novos significados para a arte moderna brasileira do período.
“O filme investiga o modernismo brasileiro em seu primeiro levante de internacionalização”, avalia Zeca Brito. O longa teve sua primeira exibição mundial na Argentina, no 11º FIDBA – Festival Internacional de Cine Documental de Buenos Aires. “Um fascinante episódio em que os artistas e suas obras influenciaram na composição geopolítica, e posicionaram simbolicamente o país na Segunda Guerra Mundial – arte como soft power no combate ao nazifascismo”, conclui.
Partindo da investigação do diplomata Hayle Melim Gadelha, o documentário traz relatos de diferentes críticos e historiadores da arte com gravações em Londres e Rio de Janeiro. Com diferentes versões e perspectivas, participam a crítica de arte brasileira Aracy Amaral e a inglesa Dawn Adès, as historiadoras Glaucea Britto e Anita Leocadia Benário Prestes, além de familiares dos artistas que participaram da exposição em Londres, como a pesquisadora Lisbeth Rebollo e o pintor Luiz Aquila.
Arte da Diplomacia – crédito: Anti Filmes
“Arte da Diplomacia” é uma produção da Anti Filmes, em coprodução com Boulevard Filmes e Donna Features. Assinam a produção: Celina Torrealba, Frederico Ruas, Letícia Friedrich, Sergio Carpi e Zeca Brito.
‘Arte da Diplomacia’ no 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
28/10 (sáb) – 21h20min – Espaço Itaú De Cinema – Frei Caneca 4 (R. Frei Caneca, 569 – Consolação);
31/10 (ter) – 18h30min – Cineclube Cortina (R. Araújo, 62 – República).
Presença do diretor e equipe.
Ingressos: https://47.mostra.org/filmes/
Créditos:
Produção: Celina Torrealba, Frederico Ruas, Letícia Friedrich, Sergio Carpi e Zeca Brito;
Coprodução: Boulevard Filmes e Donna Features;
Produção executiva: Letícia Friedrich;
Direção de Fotografia: Bruno Polidoro;
Montagem: Frederico Ruas e Jardel Machado Hermes;
Direção de Arte: Leo Lage;
Direção de Som: Tiago Bello;
Direção Musical: Rita Zart;
Pesquisa: Hayle Melim Gadelha e Clara Marques.
Sobre Zeca Brito
Zeca Brito é cineasta, atuando como diretor, produtor e roteirista. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduado em Realização Audiovisual pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) e em Poéticas Visuais pela UFRGS. Foi diretor do Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul (2019-2023). Dirigiu e roteirizou curtas e longas exibidos e premiados no Brasil e no exterior. Conquistou o prêmio de melhor direção no Encontro de Cinema dos Sertões em 2016 e 2018, com “Em 97 Era Assim” e “Legalidade”, respectivamente. Recebeu melhor direção no 42º Guarnicê Festival de Cinema do Maranhão (“Legalidade”), 51º Festival de Cinema de Gramado (“Hamlet”) e melhor direção internacional no 11º FIDBA – Festival Internacional de Cine Documental de Buenos Aires por “Hamlet”.
Filmografia:
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“O Guri” (2011, 94’);
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“Glauco do Brasil” (2015, 90’);
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“Em 97 Era Assim” (2017, 94’);
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“A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro” (2018, 90’);
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“Grupo de Bagé” (2018, 75’);
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“Legalidade” (2019, 122’);
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“Trinta Povos” (2020, 78’);
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“Hamlet” (2022, 87′).
Sobre Anti Filmes
A Anti Filmes é uma empresa gaúcha dedicada à produção e difusão do audiovisual brasileiro, com filmes e séries de documentário e ficção premiados no Brasil e no exterior. Dentre as produções realizadas, destacam-se filmes de Zeca Brito, como “Glauco do Brasil”, “A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro”, “Grupo de Bagé”, “Trinta Povos”, “Hamlet” e obras criadas pelo cineasta Frederico Ruas, como o longa-metragem “TERRAQUEOS – Vestígios de uma Era Digital”, e a série “A Benção”.
Sobre Boulevard Filmes
Boulevard produziu curtas, longas e telefilmes. Dentre eles, se destacam os longas de ficção “Amor, Plástico e Barulho” (Indie Lisboa 2015, Festival de BrasíIia 2014, Mostra SP 2014), “Açúcar” (IFFR- Festival Internacional de Cinema de Rotterdam 2018, Festival do Rio, Mostra SP) e os documentários “Libelu – Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz (Melhor Filme Festival É Tudo Verdade 2020)e “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro”, de Leo Garcia e Zeca Brito (Festival do Rio e Mostra SP 2017).
Sobre Donna Features
Donna Features nasceu com projetos em busca do feminino em suas dimensões poética, política e resiliente, como nos documentários “The Breeding Shed” (2022) e “O Tempo das Chuvas” e “Voto de Esperança” (em pós-produção). Fundada pela documentarista Celina Torrealba e o produtor Sergio Carpi, a empresa é produtora associada de longas internacionais, entre eles “Wasp Network – Prisioneiros da Guerra Fria” (2019) de Olivier Assayas, e “O Farol” (2018) de Robert Eggers, em coprodução com a A24. Também é realizadora de “Dama da Floresta” em produção.
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