Quais são as diferenças?

 

Quais são as diferenças?

Por Raul Tartarotti

Os filósofos estoicos ensinavam em uma coluna pública ou pórtico (stoa) com vista para Ágora de Atenas, por isso o estoicismo ficou conhecido como a Filosofia do pórtico, em oposição as outras filosofias que aconteciam em outros lugares.
O incrível na história da humanidade é que esses pensamentos escritos a 300 anos a.c. servem de conselho a muitos teimosos de nosso cotidiano, provando por vezes, que somos os mesmos insistentes nas palavras e comportamentos como nossos avós.
O apego a diversas opiniões e maneiras de agir, geram ansiedade e uma forma de escravidão, como o dinheiro, a fama, teimosias e vaidades modernas, que são capazes de retirar o sono e o apetite de alguns nervosos.
Um dos legados que os estoicos nos proporcionaram é que devemos entregar nosso bem-estar aquilo que podemos controlar, e abandonar o apego ao que não somos capazes de modificar, como, por exemplo, as opiniões e comportamentos alheios. Os homens só se convencem de nossas razões, de nossa sinceridade e da gravidade de nossos sentimentos, com a nossa morte.
A insistência consequente da vaidade e necessidade em marcar poder, transforma o sentimento em dor física, que deixa lacuna na existência dos indivíduos capazes de pregar sua palavra como um pastor de ovelhas cegas.
A ideia do encontro com a felicidade se faz na intensa dedicação aos pensamentos e julgamentos que podem dar vazão a própria experiência, que sejam capazes de alterar sua percepção sobre as coisas e as pessoas, e modifique sua atitude mais íntima, analítica e intuitiva.
O cansaço mental e físico aparece descomunal como resultado na insistência em seguir no caminho contrário, ao invés de olhar a vida a partir de perspectivas com disputas, porém, sem as disputas.
O indivíduo passa a enxergar as coisas de um novo ângulo e reage diferente do momento anterior persuadido pelas palavras e imagens a sua frente, provas da realidade que o circunda.
Mario Quintana escreveu com propriedade sobre o tema em questão: “Não te irrites, por mais que te fizerem, estuda a frio o coração alheio. Farás assim, do mal que eles te querem, teu mais amável e sutil receio”. Sua paz de espírito e seguro caminhar despontam como consequência das escolhas. Quais são elas que fazem a diferença, e quais são as diferenças entre elas? Tente escolher morrer por algo, senão, do que adianta viver?
Sobre Raul Tartarotti 95 Artigos
Natural de Gramado, Raul teve formação básica em Eng. Biomédica. É cronista em diversas publicações no Brasil e exterior, impressa e eletrônica. Estudou literatura Russa, filosofia clássica e contemporânea. Suas crônicas são de cunho filosófico e social, com objetivo de trazer reflexão ao leitor sobre temas importantes de nosso cotidiano.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*