Uma vida experimental!
Por Raul Tartarotti
Andei pesquisando sobre o Etarismo para entender melhor o tamanho do problema que alguns se meteram. O termo “ageism”, cunhado pelo gerontologista americano Robert Butler, em 1969, definiu uma forma de intolerância relacionada com a idade, sendo que as conotações são semelhantes ao racismo e sexismo, porém direcionadas às pessoas idosas.
Para conhecermos a importância desse tema, em 1967 o congresso norte americano promulgou o Age Discrimination in Employment Act, com o objetivo de proteger os trabalhadores com idade acima de 40 anos, o que foi considerado um passo muito importante no combate ao Etarismo institucional.
Em verdade prefiro ressaltar a experiência do idoso, que apresenta aos ouvidos atentos dos mais jovens, histórias únicas de tempos gloriosos, que exibe com larga vantagem sua sabedoria, além dos detalhes possíveis em demonstrar seu texto a muitas histórias passadas, descritas com a caneta bic e o lápis de apontar.
Na união europeia foram introduzidas leis como a discriminação etária no âmbito profissional, mesmo assim houve certa flexibilidade para que os países membros de sua comunidade tivessem sua própria legislação sobre o tema.
Destaca-se desta iniciativa, a introdução do assunto para debate, ainda que o consenso pareça distante.
Como vejo com muita facilidade a inexperiência dos jovens, mesmo que meu olho não mostre a imagem completa, caminho colaborando com a percepção da fragilidade dos que estão iniciando seu relacionamento na sociedade, e nesse aspecto fundamental de nosso crescimento, me preencho de felicidade com o fato de perceber minha desfrutável experiência.
Descobri o lançamento do livro “Morda Meu Coração na Esquina”, uma nova edição das poesias de Roberto Piva, cuja postura marginal em seu texto foi a marca registrada até seus últimos dias.
Hoje reconheço em mim não um purgatório dantesco daquele autor, mas “um ser experimental, numa vida experimental”, como ele lembrou.
Se a exclusão é eminente, a sabedoria e a disposição dos idosos são mais presentes e valiosas, tão vivas como eles.
Portanto a desinformação social pelo fato de não aproveitar o conhecimento dessa camada da sociedade, gera perdas históricas irrecuperáveis, e com isso surge a falta de maturidade junto a nova geração, que corre o risco de se perder na noite dos tempos.
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