Era uma vez uma casa…

 

Era uma vez uma casa…

Era uma casa um tanto estranuha, não tinha acabamento algum. Seu interior, um mistério que a retro escavadeira levou. Passei muito em frente a ela e imaginava como seria o seu interior. Pode-se dizer que era feia muito feia mesmo e não lhe deram a oportunidade de demonstrar seus dotes arquitetônicos. Mas agora denota-se apenas resquícios de um antigo lar.

Mas como será que era por dentro!?! Teria algum acabamento interior ou era cru, assim como por fora? Não saberei jamais, pois dela somente a dúvida de como era por dentro. Muitos de nós somos como a velha casa demolida para dar espaço para o futuro; um enigma aos outros até mesmo parentes ou amigos, impenetráveis. Os olhares alheios querem ter certeza de quem realmente somos – se por fora crentes como sente um crente, se com opção sexual diferenciada, como é possível viver extracorporeamente, se político da esquerda ou direita, se bandidos Zorro ou Peter Pan.

Divagar no exterior de um objeto ou de algum ser humano traz intrigas, burburinho, e quando o tempo se extingue somente resquícios, especulação de como é ou era seu interior velado!?!

Edivania Fátima da Silva

 

Foto: Joka Faria

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