MARCOS, Força de Vontade, 2024

MARCOS, Força de Vontade, 2024


Ao nascer, faltou ao artista plástico Marcos Santos, oxigênio no cérebro, os movimentos dos braços, das mãos e sua fala ficou parcialmente comprometidos.

Ao longo de 27 anos, foram registrados vestígios da obra de um homem especial, pelas câmeras do documentarista Zoran Djordjevic, permanecendo a mesma ideia e linguagem que o motivou a registrar o processo de desenvolvimento de Marcos, resultando num filme time-lapse de sua obra e vida.

Em determinado ponto do filme, Marcos Santos, 52, diz: “Todos os dias de manhã, eu oro. Eu sinto que Deus fala comigo. Ele sempre me diz para eu começar, que ele me ajuda terminar. É com essa fé, que eu início cada pintura que eu faço.”

O artista que veio ao mundo impossibilitado de usar as mãos, pinta com o pé esquerdo, tanto o figurativo como o abstrato, sublinhando o retrato como preferência. Investe com a mesma desenvoltura, ao usar a serra elétrica tico-tico, o martelo, estilete, da mesma forma que molda suas pinceladas, uma maneira excepcional de encarar as dificuldades do dia a dia, sem abrir mão do celular, do computador, ferramentas indispensáveis na contemporaneidade.

O documentário ilumina e confere certa aura a personalidade cativante de Marcos Santos, interagindo com a câmera de Zoran, seja em seu atelier, numa sala de aula, ou na intimidade de sua casa, desvendando a mente criativa do artista, onde as fronteiras entre realidade, espaço, memórias, sonhos e sofrimento são elevados a condição de obras de arte.

Marcos lida com outras limitações, nas articulações de cada palavra, dita com dificuldade, mas sobrecarregada de resiliência imbuída de mensagem de esperança. Ele proporciona a sensação de que a força espiritual que traz consigo, vem da certeza de ser parte de um povo e pertencer a uma comunidade, que mesmo criminalizada, é a fração universal do seu quintal.

Visto pela perspectiva da maioria, o artista Marcos Santos é uma pessoa com deficiência permanente, o que não o impede de ser extremamente alegre, bem humorado, traz consigo uma vontade imensurável de conviver, sobretudo com seus vizinhos.

Ele se compara aos palhaços de circo. Se inspira nos palhaços, não apenas por suas cores ricas e sorrisos dolorosos, mas pela maneira desajeitada de como resolver uma situação embaraçosa, em que todos acham que ele não vai conseguir.
Possuidor de um grande talento para pintura, amor pela arte, inteligência e grandeza espiritual que superam todas as dificuldades, pois para ele, elas existem para serem superadas. Suas limitações físicas são vencidas por seu talento e pela arte.

SINOPSE

Ao nascer, faltou a Marcos Santos oxigênio no cérebro e com isso ele ficou com deficiência física permanente, sem os movimentos dos braços, das mãos e sua fala parcialmente prejudicada. Desde pequeno, Marcos aprendeu a se comunicar por meio da arte. Seus primeiros desenhos, aos 8 anos, foram feitos intuitivamente com um pedaço de carvão que ele encontrou na rua. O filme retrata a obra e a vida desse artista.

 

O DIRETOR FALA SOBRE O FILME:

Desde 1996, o mesmo documentarista, com suas câmeras acompanha a vida de Marcos. Ao longo de 27 anos, foram registradas várias sequências de um homem especial. Agora temos um time-lapse de uma vida.

“Todos os dias de manhã, eu oro. Eu sinto que Deus fala comigo. Ele sempre me diz para eu começar, que ele me ajuda terminar. Com essa fé que eu início cada pintura que eu faço.” diz, em certo ponto do filme, Marcos Santos, 52, artista plástico, brasileiro, nascido com paralisia infantil, que o deixou com deficiência física permanente. Marcos é impossibilitado de usar as mãos, por isso pinta suas telas utilizando o pé esquerdo. O documentário ilumina a personalidade divina e a mente criativa do artista, onde as fronteiras entre realidade, memórias, sonhos e sofrimento são transformadas em obras de arte.

Marcos têm outras limitações nas articulações. Cada palavra sua, dita com dificuldade, contém uma mensagem e uma esperança. Marcos cria a sensação de que a força do próprio espírito e da vontade é divindade.

Apesar de Marcos, visto pela perspectiva da maioria, ser uma pessoa com deficiência permanente, ele é uma pessoa extremamente alegre. Ele se compara aos palhaços de circo. Se inspira nos palhaços de circo não apenas por suas cores ricas e sorrisos dolorosos.

Ele possui um grande talento para pintura, amor pela arte, inteligência e grandeza espiritual que superam todas as dificuldades, pois para ele, elas existem para serem superadas. Suas limitações físicas são vencidas por meio da arte.

OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE O FILME

Cannes confere ao filme brasileiro “MARCOS, Força de Vontade”, de Zoran Djordjevic, o prêmio do PÚBLICO “Georges Lautner”.

Um documentário time-lapse, aonde a câmera de Zoran acompanha Marcos Santos desde 1996, artista plástico que nasceu com paralisia cerebral. O filme registra a perseverança, o talento e a força de vontade infinita deste artista extraordinário, que faz tudo com o pé esquerdo.

Estamos muito agradecidos com a estreia do nosso filme no Festival Internacional du film ENTRE DEUX MARCHES, Cannes 2024

 

MARCOS, Força de Vontade, 2024 de Zoran Djordjevic.

Por Joka Faria

Assisti ao documentário MARCOS, Força de Vontade, 2024 de Zoran Djordjevic.
Foi uma experiência instigante sobre o fazer cinema. Conheço o diretor desde a década de 90 quando ele apareceu no Ethos, um núcleo de cinema na Fundação Cultural Cassiano Ricardo de São José dos Campos.  E hoje conferir este excepcional documentário foi um imenso prazer.
Num teatro localizado no Bairro Jardim da Granja, o teatro Walmor Chagas é as artes e a cultura naquele local fora do eixo tradicional nas regiões centrais da cidade.
O filme retrata a vida do artista Marcos Santos que vence todos os obstáculos e se insere nas artes plásticas. Achei emocionante o contato do artista com “O grito”de Edward Munch que também tive o prazer de ver na Bienal de Artes Plásticas.
Este filme precisa chegar às universidades e nos cursos de formação de professores, pois mostra a força de um ser humano que vence suas limitações. O fazer cinema colabora para o aumento de nossas possibilidades enquanto seres humanos. Assistindo ao filme revia as teorias de educação dos pensadores e a questão da inclusão nas escolas.
É um belíssimo filme que precisa ser visto, debatido e chegar às salas de cinema do Brasil e do mundo. E também às plataformas de streming.
Os artistas deste produção irão presencialmente num festival na Rússia.
E nada é tão bom como ver um filme como este e participar de um debate. Bem longe da comodidade da TV em nossas salas.
Na abertura do filme tem uma frase de um cineasta sobre a ousadia de se produzir filmes.
E estes corajosos fazem cinema no Brasil.
Um belíssimo roteiro de Diogo Gomes.
No mais vejam este filme. E outros da produção atual Brasileira.

João Carlos Faria

26 de Outubro de 2024

Joka é escritor, professor e fazedor de vídeos para as redes sociais.

 

Fotos de Joka Faria

2 Comentários

  1. Valeu Joka, grato por suas palavras em favor do filme. Que bom que ele te tocou. Apenas por uma questão ética, neste filme, faço a produção e algumas imagens que fiz foram utilizadas, o que agradeço ao diretor. Outra questão é com relação a participação do filme no Festival de Cinema de Moscou, que contará com as presenças de Zoran Djordjevic e Marcos Santos.

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