Em qual margem deixaremos o rio da vida?
Por Joka Faria, cidadão das utopias.
Manhã de abril, outono, chove e a cidade se enche de vida. Estou sonolento. Meditei, comprei o pão da doce manhã.
Abri um livro de poesia. E a vida se esvai, hoje sem pressa. Na marcha lenta da correnteza, em qual margem deixaremos o rio da vida?
Hoje dou minhas aulas, cantarei canções infantis. Ainda não sei compor canções infantis. Quem sabe, quem sabe. Tudo é mistério nesta vida e o amor que nunca chega?
Perfeita ilusão, cadê meu sonho de fazer cinema, criar editoras, montar espaços libertários nas periferias? Tudo uma mera ilusão, faltam praças cheias de gente que sonha, performances inusitadas. Faltam ousadias em nossos cansativos cotidianos. Doce ilusão que ser professor me daria tempo para realizar meus desejos da alma. Cadê este roteiro que nunca vem?
A vida é uma ilusão entre o nascer e o morrer. Quem sabe isto aqui seja somente um sonho.
Não nos percebemos borboletas!
João Carlos Faria
Outono de 2022
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