Chicote moral da Escravidão moderna!
Por Raul Tartarotti
Longe do pleno emprego nem todos tem escolhas fáceis na rua pra seguir como boa trajetória.
A desigualdade nas ofertas de trabalho no Brasil provoca grandes necessidades pela ausência frequente desse ‘item’ na mão do cidadão, e também promove a falta de mercadorias em suas casas, permitindo que repensem suas vidas.
Diferente um pouco do controle da vida social e humana, que na França costumava-se dizer, métro-boulot-dodo (metrô, trabalho, dormir), ou seja, uma vida anônima.
Frequentemente lutamos com o coração apertado, contra a foice de cabo longo nas mãos de alguém com olhos de fogo, interessado no encerramento breve de uma jornada nebulosa.
Para escapar desse perigo, uma batalha árdua foi travada pelos camponeses do Reino Unido nos anos 1840, que plantavam e colhiam pouco pra si, porém imensamente aos patrões gananciosos do capitalismo.
Foram presas fáceis, famélicas e esgotadas pelo intenso labor de 15h diárias. A noite lhes restava o abrigo de seu modesto chalé de barro, com até 9 pessoas morando numa mesma peça, somente com uma porta e uma fogueira, alimentando-se de pouco ar interno.
Esses passos não levam ao resultado mais saudável ao qual desejamos após nascer.
Pobre dos que ficam com a saudade e os lamentos pela perda daquela nobre pessoa que agora faz falta, dizem que morreu de gasto.
Por mais violenta que seja nossa existência, os sinais da solidão insistem em contar os necessários cuidados no caminhar.
As tragédias quase anunciadas, são inconsoláveis após eventos marcados pra sempre em alguma memória familiar.
Como aconteceu aos pais de algumas esposas de Czares Russos, envenenadas logo após o casamento, que serviram para atacar o lado emocional do Rei.
Se nos restou somente um adeus ao final de tudo, talvez tenha faltado muito pra dizer e preencher os momentos bem antes desse ponto que a todos está em curso.
Assumir as relações perante os seus, é mostrar pra vida que você decidiu ser feliz. Saber buscar o que está a seu alcance, torna próximo o que ainda é imaginário, e pode mudar seu destino literalmente em um segundo. Por vezes não sabemos se é possível conquistar seu mundo sem que tenha que ir embora, desobedecer a si mesmo, porque não somos propriedade de ninguém.
Mesmo tendo um custo emocional altíssimo com as perdas importantes, e que talvez não tenham mais volta, ou vamos embora, ou morremos por dentro.
O mestre Budista nos recomenda: “não acredite em tudo que dizem. Você está cheio de opiniões. Por isso deve se esvaziar pra enxergar adiante”.
Não se deixe submeter ao chicote moral da Escravidão moderna. Se for sorrir fingido a diferença é imperceptível, mas se chorar, a lágrima é o único milagre concreto do sentimento.
Bravo, ótima reflexão