Letra morta

Sou Turíbio Leopoldo. Escritor, poeta, cronista, haicaísta e professor em clubes de tiro brasileiros. Participei dos principais concursos literários nacionais, como OceanosJabutiPrêmio São Paulo de Literatura. Não pontuei em nenhum deles, mas cheguei em 19º lugar na Corrida dos Garçons com Bandeja, de 2017.

Ministro na Oficina e Autoelétrica do Durval, os cursos “Das impossibilidades ontológicas kierkegaardianas nos relês e velas” e “A chupeta na bateria 12 volts como lugar de fala num mundo desempoderado”.

Faço parte do coletivo de poetas da Viação Rio das Pedras. Somos 32 autores lendo seus versos nos ônibus clandestinos que circulam pelas zonas norte e leste do Rio. O projeto conta com o apoio da Secretaria Especial da CulturaCoco BambuMadero e Havan.

Agora, após 17 anos de escritura, estou lançado meu primeiro livro de ficção. Está em pré-venda, a partir de hoje, no site da editora Cretina. O romance, que se chama “Letra Morta”, narra a corrente de consciência de um homem que nunca teve consciência na vida. O resultado é um monólogo interior de 627 páginas totalmente em branco. As outras 40 páginas do livro estão preenchidas com o prefácio do crítico literário, e corretor de imóveis, Ildo Aldo; e o posfácio do criador de cães da raça corgie, Ardemírio Pontes e Rios Jr.

Abaixo, dois pequenos trechos de Ildo e Ardemírio sobre o livro:

“A não-escrita de Turíbio Leopoldo, além de tudo, é não-literatura, não-arte, não-vanguarda. Ou, como diriam as personagens de Rosa, nonada. A página em branco de número 128 é das mais contundentes críticas ao pós-modernismo ocidental já não vistas em toda a literatura latino-americana. A não ler imediatamente”.

“O romance ‘Letra Morta’ é para a literatura brasileira o que a mala de rodinhas foi para os aeroportos: uma revolução da mobilidade. Ou seja, todos aqueles que lerem a obra de Turíbio Leopoldo, imediatamente a mobilizarão de volta à estante, com a mesma facilidade com que empurrariam uma frasqueira para uma esteira de bagagens”.

O lançamento de “Letra Morta” será no próximo dia 19, das 3 às 6 da manhã, no hangar da Líder Jatos Executivos, do aeroporto de Viracopos. No mesmo dia, farei uma live com Narcisa Tamborindeguy onde falaremos sobre a boate Hippopotamus e sua influência na fisionomia psíquica dos homens-gabiru do interior piauiense. A live terá a chancela comercial da academia Smart Fit. Narcisa vestirá costumes Riachuelo.

O projeto gráfico de “Letra Morta” foi criado por minha mãe, meu padrasto e minha cunhada. Como a obra é de não-escritura, foi toda pensada para virar objetos usados no dia a dia. Seguindo as instruções disponibilizadas em cada exemplar, o comprador pode transformá-los em abajur, calço de mesa, porta-guardanapos, leque e vibrador.

A fim de colaborarmos com o meio-ambiente, o material da brochura se auto desintegra em 72 horas.

A pré-venda seguirá até dia 31 de dezembro. Os exemplares, caso sejam entregues, serão levados a cada apoiador, em mãos, por minha mãe, meu padrasto e minha cunhada.

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(Publicado no Estadão)

Sobre Carlos Castelo 49 Artigos
Jornalista, poeta, humorista profissional diplomado. Um dos criadores do grupo musical Língua de Trapo.

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