O Sombra
Por Jorge Hata*
Lamont Crunston, o famoso Sombra, criação imortal do escritor norte-americano, Maxwell Grant, foi personagem de grande sucesso na década de 30, em comics, nos EUA. O cinema aproveitou o personagem, com argumentos de vários autores, sendo produzidas numerosas películas, em que o “Sombra” foi interpretado pelos atores Rod LaRocque, Victor Jory e Kane Richmond. Os críticos afirmam que este último foi o melhor interprete. Orson Welles levou “O Sombra” para o rádio, criando com ele novelas radiofônicas de grande exito, no Brasil. O Sombra, foi lido, visto e ouvido, na década de 40, em histórias em quadrinhos, filmes americanos, e também em novelas radiofônicas apresentadas pela Radio Nacional, onde o locutor Saint-Clair Lopes, fazia o papel principal. Uma sarcástica risada gutural denotava a presença de “O Sombra”, pilhando criminosos em flagrante. O personagem (alter-ego do detetive particular Lamon Crunston ), vestia-se de preto, cobrindo-se com uma espécie de pelegrine, também negra, ocultava-se nos lugares menos iluminados, que o favoreciam pela indumentária, a agir de surpresa. O Sombra fez sua primeira aparição em 1930, no programa de Rádio Detective Story Hour baseado na revista em quadrinhos Street & Smith. Mesmo como convidado, ele alcançou tanta popularidade que decidiram criar uma revista com suas histórias. O ex-mágico Walter Gibson foi escolhido para escrevê-lo. A revista surgiu em 1931. Usando o pseudônimo de Maxwell Grant, Gibson produzia duas aventuras do Sombra por mês. Algum tempo depois, ele estava escrevendo 20 romances por ano e duas revistas em quadrinhos mensais: (O Sombra e Blackstone, o Mágico). Tanto o programa de radio, quanto a publicação em quadrinhos continuaram pelas décadas de 30 e 40, e a popularidade do personagem jamais declinou. Com sucesso contínuo, filmes e seriados se seguiram. A revista acabou em 1949, e o programa em 1954, mas o lugar do herói estava assegurado. “O que são, dentro da sociedade, aqueles para quem a moral nada significa? Párias? Desajustados? Marginais? Poderíamos, talvez, chama-los de sombras… perambulando pelas noites, em becos sujos e perigosos, alguns deles fazem a justiça ditadas por suas consciências… uma justiça sem julgamentos, tribunais ou sentenças… apenas com o direito concedido por seus próprios valores. Alguns são motivados por um instinto cruel e sabem disso. Outros acreditam mesmo que estão agindo em benefício da sociedade. Porém, todos são ao mesmo tempo caça e caçador. Perseguem e são perseguidos. Matam e morrem. A lei deles é a justiça pelas próprias mãos. Será que algum de nós tem o poder de decidir o destino de outra pessoa? Quem de nós sabe o mal que se esconde no coração dos homens?… O Sombra sabe…e, por isso, ele está acima de qualquer juramento.
* Jorge Hata é historiador e colunista na Hata Quadrinhos
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