A árvore

A ÁRVORE

 
Qdo me perguntavam onde eu morava, alegremente respondia – em cima da árvore. Cumpri com meus sonhos de menino. Qdo ventava a árvore entrava sorrindo em casa. Qdo fazia sol ela me protegia com sua sombra benfazeja. Qdo queria andar pelado pela minha casinha, não havia “falsa moral” já q a árvore escondia até minha visão de uma faculdade q existe em frente do meu apto e q nem mesmo eu sabia. Essa semana cheguei em casa e não havia mais árvore e o sol chicoteava “labaredas de sangue e calor” a ex-“sala de estar” q outrora tanta felicidade nos trazia. Perguntei ao tiozinho desses q gostam de ficar na entrada do prédio q costumam chamar o tempo de “senhor dos destinos” onde estava a árvore. A prefeitura mandou cortar, respondera-me laconicamente como se nada tivesse acontecido além da querência lacônica de um deus pendurado na cruz. Não sei o nome desse prefeito nem sei com q direito ele mandou cortar minha casa, não sei qual religião esse monstro professa ou a sigla do partido ao qual ele pertence, mas metade de minha vida foi amputada, amparada por ridículas leis escritas por ridículos políticos q escravizam os humanos com seus sonhos de criança.

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