A DEMOCRACIA COMO VALOR
Manhã fria de uma quarta-feira. Estou aqui na feira da Vila Maria, saboreando um pastel de palmito.
Acomodado ao lado do trailer, observo o movimento das pessoas indo e vindo. Já no aquecimento do clima das eleições, os candidatos e seus cabos eleitorais distribuem material de campanha e pedem votos. Há quem se irrite com essa abordagem. Não é o meu caso. Agrada-me esse exercício de cidadania.
Há muita gente sempre disposta a criticar a política e os políticos. Talvez ignorem ou esqueçam que o Brasil já esteve várias vezes sob regimes de exceção. Foram momentos de obscurantismo em que nosso direito de escolher livremente nossos governantes nos foi negado. Isso redundou num processo de despolitização da maioria da população, cujo custo pagamos até hoje. Ainda assim, há muita gente, “viúvas” daquelas “trevas”, sempre disposta a demonizar a classe política e desmoralizar as instituições. No fundo, querem mesmo é negar o regime democrático.
A democracia brasileira pode ser imperfeita, mas sem ela não há salvação. Para o grande estadista inglês Sir Winston Churchill, “a democracia é o pior dos regimes, com exceção de todos os outros”. Pode ser imperfeita, mas se aperfeiçoa pela sua prática. É melhor votar equivocadamente, como muitas vezes o fazemos, do que perder esse direito.
A escolha dos nossos governantes por meio de eleições livres e diretas é um dos pressupostos básicos da democracia. Não podemos abrir mão dos nossos direitos individuais, de votar, de emitir opinião, de ir e vir, de eleger quem tem espírito democrático e respeita a Constituição. É a antítese de ditadura, autoritarismo ou totalitarismo. Millôr Fernandes comparou esses “ismos” a “uma espécie de alfaiate que quando a roupa não fica boa, faz a reforma no cliente”.
Bem, depois dessas elucubrações, deixem-me voltar ao meu pastel, que ninguém é de ferro.
Por Gilberto Silos
Muito bom o artigo, parabéns amigo