A Divina Comédia

29/07/2010 (relembrando)

Em qual circulo Dantesco vivemos?

Se eu tivesse a fórmula do sucesso, usaria para mim e passaria para os amigos. O interessante da vida é que ela não tem fórmula.

A vida não tem fórmula e temos uma grande mania que precisa ser corrigida, a de dar conselhos infelizes. Vir com aqueles chavões: faça um concurso;  Ou uma faculdade; Arrume um emprego. Grandes besteiras! É fácil querer interferir na história dos outros e a nossa? Sucesso e fracasso são pontos de vista. Tem outras: monte um negocio; Não use isto ou aquilo. As pessoas na maioria das vezes nem nos perguntam. Temos que aprender a respeitar ao próximo pelo que são. Se não queremos que interfiram na nossa história. Sei que é difícil ficar em silêncio, mas cada vez mais descubro que o silencio vale ouro. E minha sina é escrever, que dureza. Então, que eu consiga escrever sem apontar caminhos, pois estou longe de querer ser um escritor de auto ajuda. Eu não conduzo de maneira adequada nem a minha vida quanto mais a do próximo.

Muitas vezes quero é arrumar a mala e morar num sitio qualquer. Nosso modo de vida está cada vez mais destrutivo e competitivo: contas contas e mais contas.

Não sonho em trabalhar para me aposentar quero é ter saúde e cuidar do meu dia a dia. Um dia de cada vez. Dominar a própria rotina é uma tarefa ingrata. E aquela pergunta gentil, como foi seu fim de semana? Como se as pessoas vivessem de verdade só no fim de semana. Temos que viver de fato dentro de nossas poucas vinte e quatro horas. Que ultimamente acho muito pouco descontando uma sete horas que na média dormimos.

A vida não pode ser um fardo. Tem que ser um prazer. Cada respirada que damos é uma grande vitória. A maioria dos problemas que temos nós mesmos o criamos. E muitas vezes jogamos a culpa no próximo, em Deus ou nos Deuses. E haja igrejas, centros psiquiátricos e os famosos livros de auto ajuda. Os doze passos. Seja um líder em sete lições e algumas coisinhas mais. Caramba, precisamos é viver. Porque queiramos ou não a morte nos aguarda a qualquer momento. Ainda não aprendi a perder o medo dela. Até ela chegar eu perco. Tem um clássico do cinema que o cara enrola a morte, num jogo de xadrez. Se a vida fosse assim, talvez por isto que a moda cinematográfica do momento é filme sobre vampirismo. O título do filme é o Sétimo Selo de Ingmar Bergman.  Estou tentando baixar este filme no meu computador e nunca entendo como se faz um download – lá vem aquelas senhas e cadastra-se e nunca me cadastro. Vou me virando assistindo filmes na TV a cabo e emprestando dos poucos amigos que ainda me restam. E amigo de verdade se conta nos dedos.

Domingo vi um documentário mostrando um campo de refugiados na Africa. É duro ver aquela situação e não conseguir se mexer. Fora a campainha da casa da gente que toca duas vezes por semana e saímos mau humorados para atender. E não conseguimos mudar a nós mesmos e vamos interferir no mundo? Vi num jornal da televisão local mostrando o luxo de Campos de Jordão e de novo nada fazemos. Precisamos não absorver estas informações. A nós humanos, está faltando cada vez algo que chamam de amor. Estamos nos endurecendo. E pessoas duras não conduzem nem a si mesmas. Dia deste vi um trecho de Jogos Mortais Seis, mudei de canal. Como pode pessoas verem um filme destes? Será que como na série LOST já estamos num inferno e ainda não descobrimos?

Em quais círculos dantesco eu devo estar? Pelo jeito em vários, não vou nem nomeá-los, preciso reler esta grande obra. A cada dia se faz mais presente A DIVINA COMÉDIA, é mais real do que podemos imaginar. Qualquer hora deste pego sua mão e te levo ao inferno para dar uma passeada. Cuidado para não ficarmos lá ou aqui?

Mas como diz Riobaldo: Viver é perigoso! É,  vou terminar para ler Grandes Sertões – Eita João Guimarães Rosa, um mestre da literatura universal. Vamos em frente lendo bons livros. Tentando ver bons filmes e quem sabe um amor de verdade pinta em nossas vidas.

Que os Deuses olhem por mim e por você. Mas temos que reaprender a rezar. Cair no chão de joelhos e pedir com fé. Nós humanos, não somos máquinas. Assim falou Charles Chaplin e assim repito. A vida não tem receita de bolo. A vida está longe de ser planejada. O único objetivo é nos achar. Opa onde estou?

João Carlos Faria

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