A Gravitação Espiritual
Peter Russel, em sua obra O BURACO BRANCO NO TEMPO, faz uma interessante reflexão sobre a evolução da humanidade, estabelecendo um paralelo com a evolução de uma estrela. Afirma que nos dois casos há um padrão acelerado de desenvolvimento.
No caso de uma estrela, é a força da gravidade que mantém unida e coesa a matéria que a compõe. Já na raça humana, o que lhe garante a evolução espiritual é a busca de um estado interior mais pleno. Nossa mente gravita para a harmonia e paz interior.
A consciência da maioria dos seres humanos está mais voltada ao exterior, à conquista do mundo material, na busca obsessiva por tudo aquilo que ele pode lhes oferecer em termos de conforto e segurança. Isso lhes bloqueia a percepção do que realmente consiste nosso verdadeiro objetivo enquanto habitantes deste lindo planeta azul.
Mesmo sem perceber, gravitamos para o nosso próprio centro. Com o passar do tempo e ajuda das experiências que vivenciamos, torna-se claro que, no fundo, o que estamos procurando é paz interior e amor. É no recôndito do nosso ser que podemos encontrar a única segurança possível. E, quanto mais reconheçamos nosso real objetivo, com mais celeridade caminharemos em sua direção. Estamos nos tornando conscientes não apenas do mundo à nossa volta, mas também do mundo dentro de nós , da nossa realidade interna e da consciência que a ilumina.
Em alguns aspectos podemos identificar pontos comuns entre gravidade e amor. A gravidade é a atração da massa para si mesma, uma força que atrai o Universo físico para sua unidade original. Por outro lado, o amor pode ser como uma atração da vida para si mesma, o desejo por uma união consciente com a nossa própria fonte, com a essência do que nós somos.
Para o visionário Buckminster Fuller, o amor é a gravidade da metafísica. É ele que nos inspira à reconexão com nosso estado original de “graça interior”, depois de peregrinarmos pelos escuros labirintos da vida. E, como o E.T. do maravilhoso filme de Spielberg, nós só queremos voltar ao nosso ponto de origem.
Somos filhos pródigos de nós mesmos.
Por Gilberto Silos
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