A mulher de bicicleta na Av. Barbacena

A mulher de bicicleta na Av. Barbacena

A bicicleta nas manhãs
de trabalho.
A moça vestida de heroína
Vai e vem em seu trajeto
na avenida.

Em sua liberdade de pedalar
Outras correndo na avenida em direção a academia.

E eu em minha jornada no maravilhoso mundo da educação
infantil.

E o dia escorre em ampulhetas, às vezes doze aulas
Mas a moça nos últimos dias de verão é encanto
Nas manhãs de verão.

Joka Faria

Outono de 2022, 1h34 da madrugada

Manhas de ilusão, o segundo SOL

Uma ciclista pedala no ir e vir às 6 da manhã, eu só acordo cedo para trabalhar. Vejo academias lotadas, às vezes bate uma vontade de levantar de madrugada ir à Mantiqueira e ler um bom livro, depois quem sabe pedalar, aprender a vencer a preguiça e fazer alongamentos. Qualquer hora desço na Cachoeira do Roncador e faço a terceira estrada de uma jornada que já fiz duas. Hoje que já não é hoje, dois amigos me falaram da necessidade de fazer alongamento e academia. Eu que só aprendi a caminhar, pedalar com minha estranha coordenação motora, eu não sou, mas a linda mulher vestida de ciclista, com estas roupas de heroínas, me encanta. Diante do banhado na Vila Industrial vemos o mar de nuvens dos últimos momentos de verão. O que me consola é apreciar a mulher, a bicicleta e a Mantiqueira. Dias que se esvaem em nossas memórias, as pamonhas do Belico na Vila Tesouro, aquele imenso gramado numa escola infantil.
Tudo é ilusão, o tempo não existe…quero minha roupa de herói, ciclista para pedalar ao lado da moça em direção a serra que chora, a Mantiqueira.
A vida é ilusão, a Mantiqueira é quase eterna. Imagine onde estou agora há uns seiscentos anos atrás e daqui a uns seiscentos anos quando o segundo sol brilhar nos céus.

Joka Faria, Outono de 2022
João Carlos Faria

Grupo Cidade das Palavras
Gaia
literatura, filosofia e arte