
A pequena notável e o Tico-Tico no Fubá
Vez por outra doces lembranças de minha infância e pré adolescência emergem e me levam de volta àqueles tempos. Algumas delas revivem meu encantamento com os musicais de Hollywood, que tanto sucesso faziam nos cinemas daquela época. Essas lembranças me inspiraram a escrever estas linhas.
Todo mundo conhece o choro Tico-Tico no Fubá, composto por Zequinha de Abreu no começo do século passado. Mas alguém é capaz de identificar a Pequena Notável? Quem recebeu esse apelido? Talvez poucos das novas gerações saibam. Seu nome era Maria do Carmo Miranda da Cunha, portuguesa, mas desde tenra idade vivendo no Brasil. Ela ficou conhecida artisticamente como Carmen Miranda, cantora, dançarina e atriz, a primeira a fazer sucesso fora do Brasil. Depois de uma carreira vitoriosa nos rádios e palcos brasileiros, foi convidada, em 1939, a mostrar seu talento nos Estados Unidos e por lá ficou. Participou de 14 filmes musicais entre 1940 e 1950, com seus figurinos extravagantes de baiana. Brilhou em produções como Aconteceu em Havana, Voando para o Rio, Serenata Tropical, personificando o exotismo latino-americano. Como cantora participou de 279 gravações no Brasil e 34 nos Estados Unidos.
Foi Carmen Miranda quem lançou internacionalmente o choro Tico-Tico no Fubá. Essa música, ela a interpretou em vários de seus filmes, tornando-a uma das composições brasileiras mais conhecidas no mundo todo.
Além de Carmen, outros artistas cantaram e gravaram Tico-Tico no Fubá, tais como Ethel Smith, Ray Conniff e a brasileiríssima Ademilde Fonseca, conhecida também como ´´ Rainha do Choro“.
Na época, alguns intelectuais brasileiros criticaram Carmen Miranda , reputando-a de “americanizada´´. Porém, ela é a única representante da arte brasileira homenageada com o nome na Calçada da Fama em Hollywood. Não é pouco.
Por Gilberto Silos
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Gilberto, que maravilha!
Sim, não é pouco uma brasileira deixar seu nome na calçada da fama e inspirar muita gente, desde então. Eu assisti um filme com ela, pela primeira vez, nos anos 90, na sessão da tarde.
Com esse seu texto inspirador, vou procurar esse filme para assistir novamente.
Obrigada por escrever algo tão bom, lindo e importante.
Abraço!