39k – Todo exemplar é uma farsa
A poesia/prosa visual e social de Fernando Selmer comentada a quatro mãos
O lançamento o correu em 17 de março, com toda elegância, na Galeria Poente, localizada à Avenida Anchieta, 1564, participação da apresentação musical de Rafael Gonzá, Bruno, e a exposição coletiva fruto do movimento “Ocupação Poente” que reúne artistas da região.
Para a publicação, que é artesanal, foram utilizadas técnicas como silk e colagem. Cada exemplar é único. 39k Todo Exemplar É Uma Farsa, é para armar-se, é um canto-punhalada, um contragolpe que o poeta gera. Retrato poeticoantropológico da relação com a sociedade e seus males, dilemas e reflexões:
“Daqui p’ra trás é só futuro”
“A doutrinação comeu meu cérebro
Comeu minha razão
Intitulou falsos profetas
Deu voz àqueles que não têm perdão”
“A cidade provinciana
com seus personagens conservadores,
legítimos burocratas,
sonhava em ser a república de Curitiba”
Esse mosaico criativo que a atualidade inspira, conta com a participação de: Poemas do Poeta Moraes (…).
Para adquirir o livro é necessário entrar em contato com o poeta por meio de suas redes sociais.
A poesia/prosa visual e social de Fernando Selmer
39k – Todo exemplar é uma farsa – Livro artesanal de Fernando Selmer, artista multifacetado que mora em São José dos Campos, a cidade que mistura poesia e tecnologia com a mesma naturalidade. Seu livro não é convencional e não tem como ler de forma linear. É uma leitura dinâmica e diferenciada, onde os elementos que compõem o livro são variados espalhando-se pelos espaços, assim forçando os olhos físicos e mentais a quebrarem os paradigmas.
É um exemplar que causa impacto no leitor. Ao segurar o livro é preciso manuseá-lo não só folheando as páginas, mas virando o mesmo para todos os lados e de cabeça para baixo e só assim acessar os textos, imagens e entrelinhas.
O livro é recheado de uma poesia e prosa concreta numa coexistência espontânea, não se desligando do mundo e das letras que estão no momento ocupando os espaços, que cercam de todos os lados. Uma experiência que vai além do si mesmo, colocando em voga essa extensão de si para ti, do ter para ser, numa extraordinária visão coletiva e social. O canibalismo social no devorar de tudo que possa influenciar e ser influenciado pelo meio e pelas pessoas, na constante fome de se libertar. Além dos seus textos e imagens, intercala textos ou frases de outras vozes atuais da cidade onde vive, como as vozes de outros tantos que estão mais do que nunca ressoando, neste mundo que tornou-se tão pequeno e abrangente.
A poesia visual de Selmer é uma mistura real e concreta de vários elementos, onde forma e conteúdo são indissociáveis, des-construindo novas perspectivas do olhar que escapa do padrão que se consome. O exemplar induz ao caos que habita cada um e movendo a perceber o caos de fora como uma extensão do si mesmo, gerando o coletivo.
Mesmo dentro de uma coerência implícita e um ritmo harmonioso, não há início, meio ou fim nesta leitura…A ordem inicial ou final não altera o produto e/ou produção do ousado e impactante trabalho de Fernando Selmer.
Confira a Entrevista no link abaixo:
Sem palavras …
Que matéria incrível…Sensível e cuidadosa…
Amo vcs,
Beth e George…Gratidão..
Nós é que adoramos fazer essa matéria falando do seu belo trabalho…que traz uma inovação e renovação para o nosso meio literário e cultural. Muito obrigada por nos receber em sua casa, doar sem doer o seu tempo e nos oferecer café que é muito bom.
Abração!
Figuras como Dailor Varela, Reinaldo de Sá adorariam ver este livro. Moraes e seu vanguardismo ́ pós concreto esteve presente. Eu nesta vida de trabalhador com doze aulas em dois dias não estive presente. Mas estava lá em energia. Nem me ligo aos UBERS da vida, gosto de transporte público, mas me sinto feliz em ver este trabalho que precisa chegar a Diego El Khouri, José Júlio e figuras contemporâneas como Rynaldo Papoy. É arte e reflexão social…onde estava Marcus Groza, Léo Mandi do coletivo que Selmer fez parte um dos últimos coletivos mais abusados desta cidade quase sem palavras?
Fico feliz com estas resistências, quando o liberalismo usa e abusa dos movimentos sociais…não é novidade que a arte pop era uma vanguarda de mercado. Sucesso Selmer, não existe arte individual, tudo é fruto de uma coletividade. Que este teu trampo chegue às periferias de Sampa, Rio de Janeiro de Edu Planchêz e Nélio Fernando. A poesia nos une, separa, divide e une … Seja em versos, prosa, audiovisual…vamos abusar num roteiro? Fiquei sabendo que a lenda Urubuzão Humano, filmado no cemitério do centro em 1996 foi terminado…resistência a este incansável liberalismo, travestido de centro…por acaso ainda existe esquerda de fato?
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João Carlos Faria
Vlw o olhar caro Joka..sobre os meninos, o Mandí esteve lá no fim da noite com o Ponti e o Groza me avisou que estaria fora da cidade.Ta tudo de boa..abração vlw os apontamentos..
Amei presenciar este seu momento Selmer. Sucesso!!!!
O livro do Selmer é uma “farça”: não é para ser lido.
Degustado – das entranhas pra fora – faz mais sentido.
Somos remetidos para todos os lados
e quando achamos que achamos um rumo, é alado, é um perdido.
Ficamos cercados de arame farpado em um território livre.
O tempo, onde há, é um futuro passado a limpo.
Letras perfeitas & rabiscos.
Convites velados, explícitos e arte bruta.
Cores inventadas e fina ironia.
As páginas em branco deixam uma tentação: inscreva-se aqui!