A Primavera vai chegar?
(Escrevi esse texto ano passado…e nada mudou…e só piorou)
E caminhando por essa longa estrada…Relativamente curta, pensando no nosso tempo, na ilusão dos sentidos, na instabilidade quântica da nossa trajetória. Enfim, humanos à beira de um ataque de nervos. Afinal, todos no limiar de um apocalipse ambiental.
A Natureza cobra, mais cedo ou mais tarde. E vem violenta, trazendo justiça ao invés de misericórdia. Uma justiça necessária àqueles que nunca tiveram misericórdia com outros seres no planeta. É tipo uma Lei de Talião da Natureza.
Vivemos como se fossemos os donos de tudo, sem empatia pelos seres vivos que habitam a mesma casa, que não é exclusivamente nossa. Um lugar de descanso, encanto, beleza nunca valorizada pelos humanos. Uma casa que é explorada da forma mais grotesca, sem pensar nas consequências. Destruímos o ar, o mar, os rios, as nascentes, as florestas, os animais e os humanos que se preocupam com isso. São tantas coisas vis e assustadoras que fazemos com nossa Mãe Terra, que vamos todos virar uns corpos secos (Na lenda do corpo seco, diz que os que agridem a mãe, viram corpos secos).
Não sei se ainda há alguma esperança de sobrevivência, nunca acreditei nisso, mas fico sensibilizada diante de atitudes de alguns humanos que estão fora da rota, como um meteoro perdido no espaço, indo para algum lugar, sem se preocupar com os obstáculos pelo caminho.
Mesmo sem esperança, quando vejo a Greta Thunberg falando sobre nossa situação no planeta, chego a chorar. Uma dor toma conta de mim – uma identificação com os anseios dela. Sempre pensei que deveríamos nos preocupar em viver no Planeta de forma racional, cuidando e preservando esse belo lugar. Um cuidado especial com o nosso lar e com a grande família humana, economizando nossas fontes de energia, utilizando apenas o necessário para sobreviver, sem desperdício; respeitando os espaços de cada ser vivo e os membros dessa família que são semelhantes em suas diversidades, pois comungamos da mesma natureza. Dói muito ver alguma pessoa jogar comida fora, quando tanta gente no mundo, não tem; ver o desperdício da água, um elemento tão precioso; ver o consumismo nos consumindo até a última gota de sangue alheio. É triste constatar que não estão preocupados com essa finitude no infinito. Tudo tem um fim, mesmo dentro desse eterno desenrolar das coisas.
Se, por alguns instante alguém pensar nisso, poderia mudar sua atitude, colaborando com a sobrevivência humana. E deixar que a beleza e a fartura do planeta, possa se estender para outros humanos que estão vindo. Se assim não for, não vale a pena, com essa alma tão pequena dos que não se preocupam em refletir e cuidar do Planeta. Se assim não for, preciso é, repensar sobre o valor ou necessidade de se ter filhos. Vale a pena ter um filho para viver num lugar sem vida? Ter filhos para viver sem água, ar e alimentos? Que desejo de maternidade é esse que não oferece nenhum futuro a novas vidas?
Precisaria de muitas Gretas no mundo para frear a ambição e o consumismo humano que leva nossa casa para o abismo.
Ainda é possível lutar? É uma batalha perdida? É possível fazer alguma coisa?
Elizabeth de Souza
A sueca Greta Thunberg, ativista ambiental de 16 anos, navegou para o porto de Nova Iorque ladeada por uma frota de 17 veleiros representando cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Foto ONUMark Garten
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