Acontece em São José dos Campos o lançamento do livro Fé Civil
Fé Civil é um livro de poemas e prosas, gestado no período da pandemia, pré-guerra, e trata da fé, não só das religiões como parte inerente à cultura, mas em se acreditar na democracia, no poder popular de se construir uma sociedade mais igualitária.
Fé civil parte das necessidades de quem é posto à margem do macro sistema econômico e social por motivos quaisquer e tem como fonte de poesia: preces e cantorias, cenas recortadas do quotidiano, manchetes de jornais, reportagens televisivas, ou seja; a matéria prima é a cultura popular e os acontecimentos, de modo a resultar no recorte vibrante e reflexivo da contemporaneidade.
O livro é organizado em duas partes: Cânticos de Súplicas e Louvores, e Parábolas ou historietas. Através duma linguagem marota, busca valorizar as peculiaridades do nosso português-brasileiro, dimensionar as agruras de quem vive sem esperanças, sem fé, sem sonhos. A obra o faz, de modo a questionar a vida e a morte, Deus e o diabo, entre outras dicotomias e paradoxos.
A publicação não surge à toa, é um manifesto contra a intolerância e o ódio que fomos acometidos nos últimos anos. É uma arma contra o autoritarismo. É uma resposta à censura sofrida pelo autor, George Furlan, (em 2019, quando o livro beirage fora recolhido das bibliotecas públicas) que passa a assinar como Iukeri, em reverência às suas raízes.
Sobre Fé Civil, diz Stephanie D’Agnes, historiadora:
“Se parte das poesias de Iukeri tem a força e a urgência de um manifesto coletivo, outras tem a sutileza de uma meditação pessoal ao tratar das questões mais pertinentes aos indivíduos: da natureza, da vida e da morte. Sua poesia-manifesto corta a boca, mas adentra o peito também. É por isso que algumas parecem ser feitas para lermos em voz alta, revolvendo a palavra na boca e gritando em súplica na praça pública, enquanto outras parecem demandar um sussurro para nós mesmos. Com isso, Iukeri ensina que, apesar de tudo o que nos aflige, podemos louvar os amores desta vida e a resistência e ele os canta.”
Diz a antropóloga Priscila Rabelo sobre o livro:
“Como manter a esperança de dias melhores, se o prato está vazio? Justamente por não termos nada a perder é que o livro se coloca justamente como força propulsora de transformação.
É a partir dessa questão, como ter esperança, ter fé que pontuo a terceira singularidade deste livro. Visto que a esperança aqui, como nos ensina Paulo Freire é do verbo esperançar:
“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…” (FREIRE, 1992, s. p.).
Ou ainda como nos ensinam os zapatistas, é preciso lutar “por um mundo onde caibam muitos mundos”. Nesse sentido, a terceira singularidade que destaco é que esse livro, está para além da boa prosa e poesia. Este livro é uma ferramenta de luta contracolonial, anticapitalista, feminista e antirracista. Através de suas criações, Iukeri nos convida a indignar-se, a contestar o absurdo, a nos transformarmos de forma pessoal e coletiva, a nos posicionar “nóis por nóis”. Em poucas palavras, diria que a obra é singular porque é afetiva e ancestral e por isso nos sensibiliza e nos move, nos faz levantar voo para outros horizontes possíveis.”
O lançamento do livro Fé Civil acontece em São José dos Campos, no próximo dia 25 de maio, quinta-feira, às 21h, no karaokê Levianos Bar, localizado na Rua Humaitá, 326 – Centro e dia 26 de maio, sexta, às 19h, na Casa de Cultura Tim Lopes, localizada na Av. Ouro Fino, 2520, Bosque dos Eucaliptos, a convite do poeta Gustavo Terra.
Saiba sobre os próximos lançamentos em:
@Iukeri
Adquira Fé Civil em:
Editora Libertinagem
Foto: Bel Gomes
Maquiagem:
Jojo Santana
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