Perder peso é motivo de triunfo – do tipo vencer a natureza, ou driblar a tendência em ganhar volume e encarar as consequências, na saúde e na silhueta. A felicidade por emagrecer faz sentido, se levarmos em conta os danos causados pela obesidade.
E temos motivos para otimismo, analisando a recente tendência da indústria em reduzir peso de seus produtos. Sempre nos deparamos com o aviso na embalagem – Peso anterior: 200 gramas. Peso atual: 160 gramas. Redução de X%. No pacote de bolachas. No requeijão. Na barra de chocolate. No pote de geleia. Na lata de leite em pó, no macarrão parafuso e até na maria-mole do bar da esquina, que consta estar sendo produzida com menor área de “moleza”, para tristeza da gurizada. Esse exemplo é bem a propósito, até porque a obesidade infantil é uma triste realidade e precisa ser combatida. Tudo bem que, no aviso de redução de peso, as letras são miudíssimas, quase invisíveis… mas estão lá – dando aquela força para quem precisa emagrecer.
O que me comove sinceramente é ver os próprios alimentos dando exemplo, incentivando o candidato a magro a manter firme a força de vontade. Sim, pois se eles mesmos, alimentos e guloseimas, emagrecem nas prateleiras, isso acaba por se transformar em um espelho estimulante, como se dissessem ao gordo: “Olha, se eu consegui, você vai conseguir também!”. Essa boa intenção da indústria alimentícia, esse esforço pelo bem estar da humanidade, justifica plenamente a manutenção do preço anterior à diminuição do peso do produto. Sim, porque, se você reparar, a redução de produto não ocasiona redução de preço. O preço jamais diminui. E penso que o justo deveria até ficar mais caro, para compensar a atitude abnegada e espontânea em fazer sua parte na batalha pela saúde pública. De parabéns os empresários do setor. Isso é o que se pode chamar de responsabilidade social!
Me entristece é ver a grita da turma do “quanto pior, melhor”. Eles torcem contra, independente do que esteja em discussão. E, pejorativamente, chamam atitudes louváveis como essa de “maquiagem de produto”, para ludibriar o incauto consumidor…
Esta é uma obra de ficção
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Imagem: https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar
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