“Antes só do que mal acompanhado”
Essa é uma costumeira frase repetida. Não sei de onde surgiu e nem como, mas podemos afirmar que ela não é tão precisa assim.
Quando estamos sós, estamos acompanhados dos nossos piores “demônios”. Ao estar com outras pessoas, distraídos com o mundo externo, somos capazes de esquecer essa legião de demônios que nos habitam.
Quando estamos sozinhos, no silêncio do nosso mundo interno, no escuro do nosso quarto é que podemos avistar o que há de pior em nós. Os tormentos, as raivas, os desejos de vingança, as mágoas corroendo, a canção psicológica que insiste em vibrar em nossa mente, como um mantra. Uma multidão de entidades vivas tomando conta da nossa máquina humana.
Enfim, é na solidão que nos encontramos plenamente com nossa verdadeira natureza de ser. Tudo isso pode estar claro e límpido como pode estar turvo e assombreado, por isso não dá pra definir o que realmente somos, mas podemos vislumbrar a nossa verdadeira natureza.
Acredito que no momento de solidão, podemos dissecar todos esses seres que habitam a nossa mente e descobrir como eles agem e como nos usam. E observando isso com clareza é que podemos nos libertar de toda essa corja que encobre o nosso verdadeiro ser, aquele que vem da essência, aquele que vem das estrelas. A partir do momento da descoberta, é possível viver essa breve existência, na busca real da inexistência. Então, a solidão torna-se o momento de reflexão e não de agonia.
Mas enquanto não se pode dominar essa multidão dentro da gente, realmente é melhor buscar a companhia de outras pessoas ou fazer algo externo para aliviar o desespero. Afinal, é desesperador viver uma existência e não saber o porquê e nem como. Isso, no fundo no fundo, afeta a todos os seres humanos.
É preferível viver um momento banal e frívolo na companhia de outros, do que a dor intensa da profundidade das nossas reflexões, na solidão do si mesmo a ensimesmar-se. Sempre há uma escolha!
Elizabeth de Souza
Reflexão sobre a fala do Chester Bennington
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