“Veja o mundo num grão de areia,
veja o céu em um campo florido,
guarde o infinito na palma da mão,
e a eternidade em uma hora de vida!”
William Blake
As portas se abrem ao longo da estrada dos deuses.
Mas eu caminho solitária pelas estradas de terra
Respiro e cheiro o pó vermelho que levanta
De vez em quando levanto um breve voo
Viajo pelo espaço
Caminho pelo azul sobre algumas nuvens
Brancas e delicadas
Negras e cruéis.
Não tenho escolha nem liberdade
Ando pra não parar, voo para não cair
Se parar não faz diferença
Se cair é recorrência
As lembranças doem
O cérebro se encolhe como um feto
É dolorido lembrar “daquela” poesia
Feita com o coração e o sangue quente
Feita na solidão de ser livre sem rima
Sem as amarras que nos prendem ao pó da estrada.
As portas continuam fechadas…
Bato
Bato
Bato
Inútil insistir tanto
Mas, só queria uma saída…
Elizabeth de Souza
2017
“Ando para não parar, voo para não cair”. É assim mesmo Beth. Faz parte da nossa evolução. Belíssimo poema. Que inspiração!
Abraço fraterno.
Obrigada, generoso amigo Gilberto!
Grande abraço!