As Sete Quedas

As Sete Quedas

Eu e minha prima saímos cedo de Umuarama, rumo a Cidade de Guaíra e aproveitamos o dia para passear pela cidade e conhecer alguns pontos interessantes. Um dia não é o suficiente para conhecer tanta coisa bonita nesta cidade, que um dia foi o palco de uma das mais belas maravilhas da Natureza, a Sete Quedas.
Apesar do pouco tempo, aproveitamos bastante, pois minha prima é uma boa motorista e estava me levando de carro para todo canto. Ficamos passeando o dia inteiro e passamos a noite no Hotel Nova Herta, bem simples, muito acolhedor e com um preço justo, para seguir no outro dia para Salto de Guairá.

Neste passeio, primeiro fomos conhecer a Igreja Nuestro Señor Del Perdón, construída em pedra bruta no ano de 1933, com seus vitrais hispano-argentino. Uma igreja pequena e muito bonita. Depois fomos até a locomotiva nº 4, o marco da primeira ferrovia do oeste e noroeste paranaense que ligava Guaíra a Porto Mendes. Uma locomotiva que transportava erva mate, madeira e depois, transporte de passageiros. No momento do nosso passeio começou a chover fino e tivemos que andar com o guarda chuva. Ao fundo do local da Locomotiva, podemos ver a imponência do Rio Paraná e descemos até lá…A visão grandiosa dá até certa tontura por estar diante de algo indescritível e ficamos conversando com alguns pescadores de barco e de vara que nos apontou onde exatamente ficava as Sete Quedas (Numas pedras logo ali, apontava o pescador e podíamos ver as pedras e vez ou outra pode-se ver até a copa das árvores que submergiram no grande Rio, disseram) que desapareceu por um ato humano que causou tanta dor e ainda continua a causar dor, porque é impossível admitir que se possa destruir uma beleza tão grandiosa, mesmo que isso seja em benefício humano.

Na minha opinião pessoal, as Sete Quedas ainda retornará para seu lugar e mostrará novamente toda a sua beleza e força, que é do seu direito. Mas opiniões pessoais à parte, o fato é que elas estão debaixo d’água em silêncio temporário. Eles nos contaram que muitas vezes, quando estão pescando à vara no Rio Paraná, as sucuris passam à beira da margem, bem tranquilamente nos seus seis a sete metros de comprimento…no momento que contaram isso, fui devagar me afastando um pouco mais da margem, para ficar bem longe das sucuris, pois com elas, não quero muita proximidade. E dá vontade de chorar ao imaginar ali as quedas d’águas que foram sacrificadas e uma cidade como Guaíra, que vivia do turismo por conta dessa beleza magistral, também quase morreu com elas, porque foi uma grande queda para a economia da cidade que foi aos pouco se recuperando, mas nunca mais foi como antes.
A gente fica hipnotizada olhando para a grandeza desse rio, nunca havia chegado tão perto. A imensidão nos devora!

Depois disso, caminhamos até o Museu Sete Quedas que fica ali perto e fomos recebidos pela Cláudia, responsável e que nos deu muitas informações interessantes. Coloco abaixo algumas fotos do museu, para se ter uma ideia, assim como fotos do Rio, da igreja e da locomotiva, apesar de que tem muita coisa para se ver em Guaíra, escolhemos  essas, o que dava para um dia, mas vou voltar para ver o restante. Depois seguimos para a aldeia Guarani, mas sobre ela contei num outro texto.
Estou escrevendo sobre Guaíra para que os que estão lendo, também tenham vontade de conhecer um pouco mais sobre as Sete Quedas e o seu desaparecimento desnecessário para toda a humanidade.

Elizabeth de Souza
12042022

Veja o vídeo:

https://youtu.be/sQJsGEUSgA8

Igreja Nuestro Señor Del Perdón

Locomotiva nº 4

Museu Sete Quedas

Rio Paraná

Para saber mais sobre a Sete Quedas:

https://www.360meridianos.com/especial/sete-quedas-itaipu