As Três Corujas

Era uma vez – e ainda são três corujas que moram dentro do quintal de uma creche, lá na cidade de Londrina, no Paraná. Elas aparecem de um buraco na beira do muro. Na maioria das vezes que as espionei, uma sempre ficava perto do buraco; Outra, no muro alto, observando os dois lados; e a outra, no telhado do lado de uma árvore. Quando me aproximava, uma delas voava pra perto do buraco, como se estivesse cuidando de alguma coisa. As outras duas me “olhando” atentas.

 

Durante o dia ficam por ali e ao entardecer, quando a escuridão começa a cair sobre o mundo, voam para outros pontos e começam um canto triste e nostálgico. Dizem que as corujas não enxergam durante o dia, mas tem olhos aguçados quando anoitece.

Fiquei por três dias espiando as três corujas e encantada com elas. Sempre fui fã das corujas e gostaria muito de ter uma delas no quintal da minha casa. Mas ainda não alcancei esse privilégio. Já tive gatos e cabritos quando era criança. Alguns anos atrás, ganhei um gato preto adulto que batizei de Vivito e me apeguei como se fosse um filho, mas um dia sumiu e sofri como um cão. Passado algum tempo, apareceu outro gato preto, um filhote que dei o nome de Rami. Esse, me apeguei ainda mais e cuidei dele com muito carinho. Era esperto, engraçado e muito gato bom. O meu destino é perder gatinhos. Esse também, certo dia sumiu, para nunca mais voltar. Procurei por um bom tempo, chorei como uma condenada, mas qual o quê, nada do Rami aparecer. Então, desse dia em diante, prometi a mim mesma que nunca mais teria um animal de estimação. É muita estimação pra tanta instabilidade.

Mas quando vejo uma coruja, dessa vez três, vem aquele desejo de ter uma por perto…mas por enquanto, quando quiser um momento auspicioso, vou até Londrina visitar as três.

Elizabeth de Souza

Sobre Elizabeth Souza 408 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

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