
E dizer o que desse misterioso desejo de tocar a neve, experimentar um pedaço de chão branco, escorregar, apreciar a brancura das montanhas. Que poder é esse da brancura fascinante que invade nosso ser tão quente? E a neve espalhada sob um sol brilhante nos cega por tanta beleza…E as crianças parecem viver um conto de fadas real, onde a brancura da neve invade as sombras, despertando um novo ser.
E foi com esse espírito que subimos as montanhas, as mesmas montanhas que os incas também subiram. As montanhas do Condor que nos leva para as memórias perdidas no inconsciente coletivo.
A escolha de Farellones, porque tem um Parque de diversões nas neves, onde se pode brincar à vontade. Você compra um ingresso e tem direito a passeio numa cadeira panorâmica, um teleférico, o Farellones Express, onde se pode ter uma bela vista da Cordilheira dos Andes. Ainda tem o trenó, o tapete mágico, canopy, bike e tirolesa. Um lugar mágico cercado por montanhas cobertas de neves, para o deleite de adultos e crianças.
Subimos a montanha na van, com um casal do Paraná e seus dois filhos, que assim como nós, não levantaram cedo e por isso, foram para o Shopping Omnium em busca de uma van, uma daquelas que ficam até às 11h.
O bate papo na van me ajudou a não olhar para os abismos e as curvas fechadas e perigosas da subida. Olha, esses motoristas que sobem as montanhas são muito especiais.
Logo na saída de Santiago, já é possível ver as montanhas, mas só passando algumas curvas, ai sim, pode-se ver a brancura daquelas montanhas tão lindas. É mágico esse momento de olhar e não acreditar que você está vendo uma montanha tão branquinha. Essa é uma vista inesquecível.
No Parque Farellones, as vans e micro ônibus ficam todos estacionados do lado de fora, aguardando os passageiros que voltam às 17h. Dentro do parque tem os lugares para comer, os food truck com lanches variados e até pizza. Mas ninguém tem fome num lugar desses, tanta beleza que sacia o corpo e a alma. E estava um sol de rachar, é preciso óculos escuros, a brancura cega. Totalmente incoerente, mas estava um calor danado.
Os companheiros de viagem divertiram-se muito, brincaram bastante, rolaram pela neve. Eu só apreciei a beleza que saia das montanhas e invadia todos os cantos físicos e metafísicos daquele paraíso de brancura. Nunca tinha visto uma paisagem tão espetacular.
O mistério que envolve a Cordilheira dos Andes sempre foi fascinante, principalmente porque ali existiu e viveu a Grande Civilização Inca. Talvez, aquelas montanhas escondam outras histórias de povos que ainda não descobrimos. E nessa história fantástica, podemos voar e voar pela Cordilheira mais linda. Voar como o Condor!
O Condor é a ave símbolo dos Andes.
Elizabeth de Souza
Julho/2019
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