Café, Moda e Literatura

Café, Moda e Literatura

por Joka Faria

Cabe nestes dias tão virtuais, nascer espaços dedicados à arte e à filosofia. Eu estava assistindo ao programa “Entrelinhas” no YouTube, da TV Cultura, e este texto estava pedindo para ser escrito. Então, aqui estou.
Vivemos numa sociedade de compra e vendas, muitas vezes mais pelo desejo do que pela real necessidade. Estive num rodízio de pizza e minha consciência ficava me cobrando, como aquele grilo do Pinóquio. Como faz falta criar espaços de convivência numa sociedade cada vez mais intolerante ao próximo.
As adegas estão aí, nas cidades, e as academias. Mas espaços para se filosofar e fazer arte quase não existem, tanto nas ruas quanto em shoppings. Então, como estamos numa sociedade capitalista, por que não pensar em espaços assim, tanto nas regiões centrais quanto nas comunidades?
O ser humano cresce na arte do convívio. Espaços assim, com uma sobrevivência, seria interessante, mais até do que os pontos de cultura bancados por apoios governamentais. A sociedade precisa se oxigenar para nascer ideias plurais. E espaços podem gerar revoluções em nossa maneira de ver o mundo e nos tocar a alma.
Penso em lugares próximos a praças, escolas, postos de saúde. Se as igrejas, como pontos sociais, proliferam, por que não há cafés com salas de palestras, concertos, estúdios de gravação para diversas manifestações artísticas?
As comunidades podem sentir uma diferença ao ver o mundo através de espaços onde se debata a moda e os costumes. Busque ações solidárias nas comunidades em que se inserem, indo além de pontos de cultura. Afinal, a economia e suas relações estão diariamente marcando nossas vidas.
Afinal, os encontros geram felicidade e devemos buscar a felicidade.

João Carlos Faria
Escritor, professor e ativista social. Lançou o livro de poemas “Retinas” e os CDs “Kaoticidade” e “O Destino da Chuva”. Escreve no “Entrementes” desde 2009.

2 Comentários

  1. Certíssimo, Joka. Sanjuse tem tendência forte para a aridez e solidão. Muitas cidades do interior não têm nada que congregue os jovens em um espaço livre e criatvo. Preocupante, pois o domínio fica para as drogas e o consumo. Sampa tem inclusive bares e gastronomia temáticos, envoltos em atividades que são ultra urgentes hoje. A exemplo do Al Janiah, criado e gerido por imigrantes e refugiados. Debates, leituras, música, apresentacoes, gastronomia étnica, preços bons. Tem a ECLA, em torno da América Latina, com saraus outras atividades, e fotos de Fidel, Lenin, Paulo Freire… sente-se muy bien lá. Sátiros, Parlapatoes, e só estou citando os mais conhecidos. Muitos teatros ( os de esquerda são ótimos) também tem seus espaços de convivio, música, debates, com bolo e café de graça, como o Redimunho. Por isso me ajeito em sampa. Preciso de alimento e de gente inteligente chamando toda gente para um mundo melhor; se não, um convivio restaurador.

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