Caminhos, caminhantes e caminhadas
Que lindos caminhos onde o sabor das caminhadas e a alegria de estar junto com os amigos. O único desafio era atravessar pela natureza em meio aos seus habitantes seres naturais, onde os lobos eram os guarás, a preguiça outro bicho, os arteiros eram os macacos, a articuladora suçuarana, sem contar com as criaturas escondidas que estavam por toda parte, as serpentes nativas. As belas borboletas todos emoldurados com a aura do Criador. As noites em festa celebradas pelos pássaros noturnos. O desafio maior, o futuro, que na maioria das imaginações amantes da natureza, não teria o desfecho desse desmatamento que desmonta o que para nós, era um espetáculo encantado.
Ficaram os lobos humanos que se alimentam para a ambição as serpentes humanas que já não se escondem e leopardos humanos que matam pra alimentar seus prazeres da matéria. Até as borboletas humanas que voam sem aproveitar o sabor da natureza, mas só para demonstração de vaidades. As matas do cerrado trocadas por florestas de papel, rios apagados para construir uma bela casa no campo, para ficar anos vazia, com suas piscinas cheias de folhas secas e águas paradas. Plantas abandonadas com teor de espinhos e venenos que tiram a vida das abelhas do mel. Ruínas dentro das fazendas onde os fantasmas existem. Fantasias dos seus donos, onde o fracasso de suas ilusões são imagens vivas, depressivas e assustadoras.
As borboletas naturais tentam habitar aquele deserto sem flores, mas até elas procuram outro espaço. A natureza persiste em continuar existindo para a nossa sorte e daqueles que ainda tem esperança que esse planeta seja invadido por algum tipo de alienígena, que mostre que pode haver parceria com a natureza sem destruição. Um desabafo de tristeza!
Muitos estão tentando vir para a roça com os ideais de transformar para seu conforto, os seus olhos não alcançam os pequenos viventes escondidos, que com sua aura divina alimentam a nossa que está no fim. Os amigos de caminhada tiveram esse alimento tão sagrado. Hoje os animais das matas vivem nos computadores, dentro de apartamentos.
Que todos os anos essas imagens da Natureza sejam lembradas, para que o sabor do alimento áurico nunca se perca.
Shirlei Matina
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