Canção a finitude nessa tortuosa dimensão!

Canção a finitude nessa tortuosa dimensão!

“Deus me livre dessa gente cruel” (Elizabeth de Souza)

As nossas crueldades escondidas? Aquelas que tentamos deixar no abismo de nossas emoções? Naqueles caminhos em trilhas?
Nestes dias, minhas angústias não me deixam expressar. Ando tão superficial nestes dias tão tortuosos. O que escrevo vai se refletir? Tantas e tantas tecnologias, mas sinto-me à vontade diante de um computador de mesa. Meu raciocínio aqui flui. Nem sei mais colocar meu raciocínios em cadernos. E o celular, com seus corretores nos pregam peças. Falar em vídeos sem edições. Já não quero público algum, quero meu silêncio. Nós que vivemos dentro do abismo. Já estamos dentro do abismo ou sempre vivemos dentro dele?
Eleição nenhuma nos salvará de nossas ignorâncias, dentro deste abismo. O tempo que nos esvai. O corpo que se deteriora. A inexistência da esperança com o futuro, me agarro no presente. Não existe futuro enquanto indivíduos. Só existe o coletivo. Tem hora que não suporto o reflexo no espelho. Sei que não sou este corpo. Sei que somos muito mais. Como entenderemos que não somos? Somos incompletos, cadê nosso todo?

 

Joka Faria, Primavera de 2022

 

Um dos mais antigos fragmentos da obra de Euclides

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