Canção à terra que se queima – Canção à morte

Canção à terra que se queima. Canção à morte

Dedicado ao cientista Carlos Nobre

Por Joka Faria

Meus sentimentos por nós, humanos.
Nós, que nos silenciamos
diante da destruição do nosso planeta.
Este progresso obsessivo
desde o início das indústrias.
Meus sentimentos ao povo brasileiro,
que assiste calado
diante desses incêndios.
A fauna e a flora, em chamas.

Como reagir? Como reagir?
Caminhamos a passos lentos
ou rápidos para a extinção humana?
Não culpamos deuses,
nem forças sobrenaturais.

Meus sentimentos.
Nossa mania de ter,
de ser, de acumular,
nos conduz ao fim,
à morte, pela desenfreada mania de possuir.

Aquele índio americano,
em sua carta ao homem branco,
já nos alertava:
Ter, acumular, ter, acumular.
Caminhos para o fim.

Não culpamos deuses ou demônios,
pois os negamos.

E agora?
Meus sentimentos por nossa ganância,
desenfreada ganância.

O que restará de nossa existência?
Meus sentimentos por destruir
nosso lar, este planeta.

Nós, pacatos cidadãos,
estamos omissos.
Canto esta canção de morte.

Ainda nos resta uma esperança?
Uma pequena… uma infinita esperança?

João Carlos Faria
14 de setembro, sábado, 2024. Inverno

Sobre os incêndios criminosos no Brasil e a fumaça que se espalha, nos trazendo a morte.

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