Uma arma real não é cinema. É real, não se despreza. Uma moto com duas pessoas, numa avenida lotada no final da tarde de uma sexta – feira que chega o carnaval. Uma abordagem policial. Quase seis em motos. Eu paralisado, sem saber por segundos, minutos.
Qualquer deslize, deixaremos de existir, só uma questão de tempo depois que nascemos. E toda nossa inocente filosofia, religiosidade se esvai com um tiro ou qualquer forma de morrer que nunca vale a pena. A vida é preciosidade, a morte incertezas várias. Com ou sem meu português ruim, eu quase podia ir, próximo a uma velha loja de carros de um amigo. E tudo é ilusão, mera ilusão diante do prazer de viver. Ai esta meia idade, quase meia jornada. E pensar que não somos diante da eternidade.
Deuses, religiosidades, filosofias, títulos e dinheiro não nos tira de nossa morte. Mas a vida é assim, uma festa no intervalo entre o existir e o não existir. Quem realmente somos?
Joka Faria
João Carlos Faria
Vale do Paraíba – Carnaval de 2020
Esta música de Raul Seixas é fundamental
Canto para minha morte
Raul Seixas
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim
Pois em…
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