Cinema, tudo de bom!

Cartaz sobre a história do cinema romeno.
Autor: Marcelino Auzolle (1862-1942)

As primeiras histórias…

O homem, desde os primórdios da sua vida no planeta já registrava o seu dia a dia. Fazia o seu registro de imagens, com o desenho e a pintura. Foram as primeiras formas do homem primitivo representar seus momentos naquele mundo selvagem com sua luta diária.  Essas narrativas, através do desenho e da pintura nas paredes das cavernas contavam todas as suas peripécias para sobreviver em meio a uma natureza selvagem.

Com o tempo, o homem foi aperfeiçoando a forma para contar a sua história, através do tempo e do espaço. Continuou a utilizar a pintura, a escrita, a escultura, as suas ferramentas como um meio de expandir as narrativas. A arte foi uma forma sem igual de ir contando a aventura humana, com a pintura, escultura, escrita, oratória, declamação, dança, teatro, arquitetura, etc

Mas demorou muito para a civilização humana chegar ao cinema, como conhecemos hoje, o audiovisual completo, além de todas as técnicas que aprimoram essa arte a a torna tão atraente e tão consumida pelos humanos.

Na china antiga, por volta de 5000 a.C. surgem os “jogos de sombras”. São projeções sobre paredes ou telas, de figuras humanas, de animais ou algum objeto recortado. Com isso, contava-se alguma história relacionada a vida daquela época.

O grande gênio Leonardo da Vinci, que além de pintor, escultor, filósofo, cientista, era também inventor, e no séc XV elaborou a chamada “Câmara escura” que foi desenvolvida pelo físico napolitano Giambattista Della Poeta no séc. XVI. Uma caixa com um pequeno orifício coberto com uma lente. Através desse orifício cruzavam os raios refletidos por objetos externos. A imagem, invertida, ficava na parte do fundo da caixa.

No séc XVII Athanasius Kirchiner cria a Lanterna Mágica, diferente da câmara escura. Uma caixa cilíndrica iluminada a vela que projeta as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.

Em 1890 Thomas Alva Edison inventa o “Cinetoscópio” onde as imagens são projetadas no interior de uma máquina, e  nesse caso, só uma pessoa de cada vez é que podia ver.

Em 1895, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizaram o cinematógrafo, um aparelho como uma espécie de filmadora, movido a manivela, utilizando negativos perfurados. E isso substitui a ação de várias máquinas fotográficas, que registram os movimentos. Com esse aparelho foi possível a projeção das imagens para o público.

O inventor do cinématographe foi Léon Bouly, e muitos consideram a sua obra um aperfeiçoamento do trabalho de Thomas Edison. Bouly acabou perdendo a patente de seu produto, sendo mais tarde registrado pelos Lumière, que acabaram ficando com a fama.

Pôster desenhado pelo artista francês Henri Brispot, foi feito para a primeira exibição especial de uma coletânea de curtas dos irmãos Lumière

Podemos afirmar que a primeira apresentação pública do cinematógrafo marca o início da história do cinema. Essa primeira exibição pública ocorreu no dia 28 de dezembro de 1895 no Grand Café, em Paris.

Os franceses Auguste e Louis Lumière exibiram para uma pequena plateia o primeiro filme da história, La Sortie de l’usine Lumière à Lyon (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon), dando um grande passo, um novo rumo para a sétima arte.

Levaram cerca de 20 pessoas para ver um trem saindo da estação e trabalhadores saindo da fábrica.

Os irmãos Lumière registraram muitas cenas do cotidiano, como trabalhadores saindo de uma fábrica, um jogo de cartas, um bebê comendo e soldados marchando. O filme mais conhecido mostra um trem chegando a uma estação ferroviária. Conta-se que, na época, muitas pessoas na plateia levantaram-se assustadas, acreditando que um trem estava realmente entrando na sala.

As produções são rudimentares, em geral documentários curtos sobre a vida cotidiana, com cerca de dois minutos de projeção, filmados ao ar livre.

Apenas pequenos documentários e ficções são os primeiros gêneros do cinema. Mas com o tempo tudo vai se aperfeiçoando e criando as narrativas.
Vão surgindo as filmagens de peças de teatro e surge em 1913 o tipo cômico com Max Linder e o primeiro seriado policial, o “Fantômas” de Louis Feuillad.
Nos EUA fazem comédias que chega a Inglaterra e Rússia. Giovanni Pastrone, na Itália faz superproduções épicas e históricas como “Cabíria” de 1914.
Apareceram os “Caçadores de imagens” equipados pelos irmãos Lumiere que saiam com suas câmeras fixas registrando os movimentos.

As narrações e montagem artística foram desenvolvidas por Edwin Porter em 1902 em “Vida de um bombeiro americano” e “O grande roubo do trem”, esse considerado o primeiro grande clássico do cinema americano, inaugurando o western. Nessa época começam as ficções na indústria do cinema e aparecem grandes nomes do cinema: Georges Méliès e David Griffith.

Georges Méliès (1861-1938), diretor, ator, produtor, fotógrafo e figurinista, é considerado o pai da arte do cinema. Ele nasceu na França e na sua juventude fazia números de mágica e truques de ilusionismo. Quando ele assistiu a apresentação dos irmãos Lumière começou a dedicar-se ao cinema. Ele foi o primeiro a se utilizar de figurinos, atores, cenários e até maquiagens. Realiza os primeiros filmes de ficção – “Viagem à Lua” em 1902 e “A Conquista do Pólo” em 1912. Também começou a desenvolver técnicas como a fusão, exposição múltipla, maquetes e truques ópticos que seriam as precursoras dos efeitos especiais.

 

Viagem à Lua:

David W. Griffith (1875-1948) é considerado o criador da linguagem cinematográfica e o primeiro a utilizar o close, a montagem paralela, o suspense e os movimentos de câmera. Em 1915, fez o primeiro longa metragem “Nascimento de Uma Nação”. E com “Intolerância” de 1916, realiza, de forma ousada, montagens e histórias paralelas. Tudo isso, tornou-se uma base para a criação da indústria do cinema de Hollywood.

Elizabeth de Souza

 

Sobre Elizabeth Souza 407 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

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