Colocando vida no tempo

Colocando vida no tempo

Despertei com a primeira claridade do dia. Caminhei lentamente ate ao espelho. Nele fiquei a contemplar por algum tempo minha imagem refletida. Lá estavam as marcas do tempo gravadas no rosto. Pensei, pensei… Mas não me deixei enganar pelo falso consolo de que elas contam minha história de vida. História na qual o modo gangorra esteve presente. Nesse sobe e desce houve momentos em que resolvi sair de férias de mim mesmo. Transpus as barras de segurança de minha rotina e deixei-me fluir como as águas mansas de um riacho preguiçoso.

Foram tempos de limpeza interna. De desapegar de tralhas pesadas. Naquele estado de consciência foi possível exorcizar os fantasmas que habitavam os labirintos escuros da minha alma. Naquela leveza de espírito usei as asas da liberdade e respirei ar puro.

A vida, porém, é feita de ciclos, como muita gente diz. Sempre há um retorno à zona de segurança. Nós, os humanos, gostamos de terra firme. Ali, reside a realidade, no nosso vão entendimento.

Assim tem sido a minha caminhada. A realidade, contudo, não traz conforto para nossas almas. Percebo o pouco de estrada que tenho pela frente. O tempo não perdoa. Ele é algoz e tirano.

Resolvi, então, remover o tempo de minha vida, e colocar vida no meu tempo. Desejem-me boa sorte!

Por Gilberto Silos

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Sobre Gilberto Silos 239 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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