Como será um novo mundo?
“No meio de uma estrada que chamamos Vida,
encontrei-me numa floresta escura, sem uma
trilha definida para seguir.”
Dante Alighieri
A Divina Comédia, ”Inferno”
Caminhando no meio de uma estrada que chamamos vida, o herói do Inferno de Dante acaba por desorientar-se, perde totalmente o rumo, e é obrigado a iniciar uma viagem angustiante. Nela aprende muito por meio de experiências sem precedentes. Antes de voltar ao caminho da vida, passa por situações inusitadas que lhe produzem transformações dramáticas, se é que ele vislumbrou algum significado em tudo aquilo.
Perceber um sentido nesta crise gerada pela pandemia do coronavírus é o grande desafio que se apresenta à humanidade. O que a crise está tentando dizer? Que lições oferece?
Alguns filósofos da atualidade abordam a questão e arriscam algumas projeções. Muitos deles enxergam oportunidades de mudanças no comportamento ético das pessoas. Mas não há nenhuma visão ou previsão definitiva de um cenário futuro mais claro do que vai ocorrer no mundo pós-pandemia. Há muitas indagações e raras tentativas de respostas.
Podemos esperar que o ser humano rompa a bolha do individualismo e desenvolva uma consciência mais solidária?
Há alguma possibilidade de que as pessoas e as nações se unam no sentido de reduzir as desigualdades socioeconômicas?
Haverá disposição da humanidade em poupar o planeta, mudando radicalmente seu estilo de vida consumista?
Teremos coragem de abraçar uma vida simples, como a dos nossos antepassados?
Estaremos amadurecidos a ponto de procurar um sentido para nossas vidas, orientado por uma elevada espiritualidade?
Tudo o que estamos passando pode ser uma experiência de ligação com uma realidade maior, com algo transcendente?
Hoje ainda não temos respostas a estas questões. Talvez reste uma ”tênue certeza” de que o surgimento de um novo mundo dependerá da transformação das consciências.
Por Gilberto Silos
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