Costuras longas e cerzidas!
Por Raul Tartarotti
Muitas dúvidas vão te trazer um objetivo na busca do significado de sua vida, essa que anda repleta de artimanhas e rugas. Quanto mais seu reflexo surgir no espelho, mais perguntas lhe trarão medo, pra saber se tudo que aconteceu até então, foi real ou uma experiência fantasmagórica.
Essa é apenas uma figura de linguagem, que por vezes anda a espreita de quem menos procura.
Bem diferente do fantasma que apareceu na 2.ª Guerra Mundial, em 2 de setembro de 1945.
Os Estados Unidos formaram tropas especiais conhecidas como “Exército Fantasma”. Era um grupo que ajudou a vencer a guerra sem disparar nenhum tiro. Não estou sugerindo que passados 75 anos está na hora de utilizar novas armas, apenas espero que o leitor(a) entenda que o fantasma nunca se escondeu, nós é que vivemos nossa vidinha mais ou menos de olhos semi abertos.
Sob o comando do coronel do Harry L. Reeder, a unidade consistia em uma força de 82 oficiais e 1023 homens, especializados em enganar tropas inimigas. Não se tratava de espionagem, ou contraespionagem, mas sim da construção e posicionamento de infantaria, veículos e equipamentos falsos, que poderiam ser tomados como verdadeiros pelos batedores adversários, fazendo com que o comando nazista pensasse que as tropas aliadas parecessem muito maiores ou mais espalhadas. Mais de mil soldados do “Exército Fantasma” eram capazes de simular duas divisões inteiras (aproximadamente 30 mil homens) e utilizando recursos visuais, sônicos e de rádio, enganaram os exércitos alemães durante o último ano de conflito.
A Operação Bertram, encenada em 1942, convenceu os alemães de que os britânicos estavam fortalecendo uma posição ao sul, o que ocultou a mobilização britânica no norte. Ludibriados, os alemães moveram a maior parte de suas defesas através do rio a partir do local suspeito, bombardeando um exército que não existia. Essa manobra ajudou a encaminhar a guerra para o seu final.
E você, o que enxerga lá no fundo do espelho antes do seu final? Se estivesse pegando fogo, caído no chão, queimado, assustado com isso e ao fechar os olhos, percebesse que nada disso tivesse acontecido? Talvez ainda necessite um pouco mais de manejo com você mesmo, pois como príncipe herdeiro de Deus, deveria fazer jus a sua existência nobre, e ser capaz de oferecer alegrias sem castigo a sua própria natureza.
O plantar, regar e trazer cobertura, traz textura e frescor a vida de quem cuida com olhos espertos e frequentes, na direção de todos, que esperam apenas um pouco de atenção e paz. A hora vai te dizer quando o momento chegar, e novas lições serão aprendidas nas costuras longas, cerzidas com seda.
Não sinta muito agora, é cedo demais para um início de lamento.
Como lembrou o filósofo Epicuro: “Se a morte não lhe causa dor quando você está morto, é tolice permitir que o medo dela lhe cause dor enquanto está vivo.”
Raúl, você falando sobre espelhos, lembrei de um poema que escrevi há muito tempo…
Abraço
Esses espelhos que nos duplicam em prosa e verso…
Abraço